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Foco na essência do surf com os melhores swells de 2021

A essência do surf é muito mais do que a competição e até mesmo mais do que os próprios surfistas. Os verdadeiros ícones e lendas do show serão sempre as ondas e as condições especiais que continuam rolando independentemente da chegada de um praticante.

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Não que o surfista não tenha importância. Afinal, somos a prova viva e damos personalidade e voz ao espetáculo. Mas é fato que nada seríamos sem as ondas e as condições que fazem essas ondas e as tempestades que fazem as condições que fazem essas ondas.

Uma metáfora como: a onda é a chefe, os surfistas subordinados.

Por isso, na retrospectiva do dia, a Hardcore traz o foco para algumas das grandes estrelas da vida do surfista: os melhores swells do ano de 2021 pelo mundo.

Maverick em janeiro

Peter Mel da vida ao show. Foto: Fred Pompermayer

Data: domingo, 10 de janeiro de 2021.

A história: XXL histórico. De acordo com o pioneiro de Maverick, Jeff Clark, “a última vez que vimos algo parecido com isso foi numa semana em dezembro de 1994, e 10 de janeiro foi o melhor dia que vimos desde 2000”. “Enviei uma mensagem para Twiggy no Natal, ‘tipo 1994!’, mas o trecho 2020-21 foi melhor”, concordou a lenda de Mav, Grant Washburn. “O surf era maior, mais limpo, mais consistente e rolou por mais dias. Duvido que veja isso novamente na minha vida. Mas estarei pronto com meu calendário de 2042!”

Super swell em Jaws

Jamie O’Brien em Jaws épico. Foto: Keoki

Data: sábado, 16 de janeiro de 2021.

A história: O super swell de sábado em Jaws revelou o outside mais diversificado, inclusivo e neutro em idade, gênero e equipamento de qualquer sessão XXL de qualquer lugar, de todos os tempos. Entre os surfistas estavam mulheres, praticantes de towin, kite, vela e adolescentes. “Uma das coisas interessantes daquele dia foi ver tow surfing se misturando com o windsurf”, disse Ian Walsh. “E à medida que o dia passava, era muito divertido ver a maneira como alguns dos meninos e garotas estavam se aperfeiçoando nas ondas.” Este foi o maior Jaws dos últimos 10 anos e a última vez que os reefs de Oahu estavam tão grandes foi em janeiro de 1998, mas ninguém estava remando e pegando ondas como esse crowd.

Pipeline no Valentine’s day

Griffin Colapinto na rainha do surf. Foto: Jeremiah Klein

Data: sexta-feira, 12 até a segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021.

História: “Aquele domingo foi uma loucura,” disse Griffin Colapinto. “Depois de 30 minutos no lineup, o vento virou maral e Mikey Redd quase morreu sendo nocauteado por duas ondas. Quando isso aconteceu, todos foram ajudá-lo e muitos foram cuspidos pra fora pelo resto do dia. Não achávamos que íamos surfar novamente — até que o vento virou terral novamente, e havia apenas cinco caras na água. Cerca de 30 minutos após a sessão, essa onda veio direto para mim e ninguém estava por perto, uma oportunidade única na vida. Esse foi o maior tubo de backside da minha vida.”

Outono na Austrália

Quase um milagre esse pico com pouco crowd. Foto: Swilly

Data: sexta-feira, 25 de maio de 2021.

História: “Todos na Gold Coast sabiam que o swell estava chegando”, escreveu Nick Carrol. “Mas ninguém esperava isso às 7:50 da manhã. O consenso dos fissurados pela Gold era esperar pela maré baixa da tarde, mas o swell de leste apareceu algumas horas antes. O fotógrafo de longa data de Gold Coast Andrew Shield, registrou o visual de Kirra sob a luz da manhã e viu algo quase impossível hoje em dia — em um dos melhores picos de areia do mundo – um mar clássico quase sem crowd. ”No entanto, às 10h, toda a galera estava na água: Parko, Stephanie Gilmore, Griffin (Colapinto) e, claro, todos (o resto).

A onda mais pesada da Indonésia

Nate Behl na sanguinária Greenbush. Foto: Margarita Salyak

Data: domingo, 25 de julho até quarta-feira, 4 de agosto de 2021.

História: “Eu viajo para as Ilhas Mentawai há 10 anos”, disse Nic Von Rupp.” E esta foi uma das maiores, mais pesadas, mais rasa e perigosas ondas que surfei por aqui”. Greenbush é, sem dúvida, a onda mais desafiadora e sanguinária de Mentawai. “Pode parecer perfeito”, disse Nic, “mas confie em mim, essa onda se levanta como um trem. É íngreme, como olhar para baixo de um penhasco, e uma vez que você dropa, você nunca sabe o que a última sessão vai fazer. É um lançamento de dados. As vezes permanece aberto e deixa você sair, ou fecha porque o recife é muito raso para lidar com tanta massa de água. Os meninos pagaram: arranhões, pranchas quebradas, narizes quebrados e Nasty Nate (Behl) tomou uma surra em sua última onda.”, disse ele.

Sexta-feira 13 em Teahupo’o

Uma das ondas do dia, ou melhor, da história de Matahi Drollet. Foto: Tim McKenna

Data: sexta-feira, 13 de agosto de 2021.

História: “Eu estava lá para o Code Red de 2011, e para mim esse swell foi quase a mesma coisa”, disse Tikanui Smith. “Eu estava lá para o swell Koa [Rothman] em 2013 e quando Keala Kennelly conseguiu o tubo do ano em 2015, mas nada disso se compara ao que aconteceu na sexta-feira. O único dia com o qual poderíamos compará-lo seria o Code Red. As pessoas vão falar sobre esse dia por muitos anos.” A sessão XXL foi surreal. “Sexta-feira, dia 13, entrou para a história, esse dia será lembrado para sempre”, disse Lorenzo Avvenenti. “Muitas ondas históricas foram surfadas naquele dia inteiro, mas duas foram coisa de outro mundo: a de Kauli Vaast e a de Matahi Drollet”, disse ele.

Furacão Larry na Nova Inglaterra (EUA)

Nova Inglaterra nos EUA. Foto: Scott Sullivan

Data: domingo, 5  até quarta-feira, 15 de setembro de 2021.

História: “Foi o melhor surf que eu já vi na Costa Leste (dos EUA) depois de dez furacões ao longo de 20 anos”, disse o editor da Surfline, Marcus Sanders, que voou para o leste até a Nova Inglaterra para ver este evento especial de ondas. “E como editor, foram de longe as melhores condições de ondas que já vi na Costa Leste”. Foi o melhor swell que os floridianos viram em muito tempo. “Tudo se juntou perfeitamente: a bancada de areia finalmente ficou boa, as marés estavam certas, o vento estava leve terral o dia todo e o período e o swell estavam ideais. Eu diria que foi tão bom quanto poderia ser. E houve alguns machucados sérios acontecendo!”, disse o local Nils Schweizer.

Semana da Avalanche no Brasil

Carlos Burle na Avalanche. Foto: Lucca Biot

Quando: sábado e domingo, 25 e 26 de setembro de 2021.

História: Avalanche é uma laje no Espírito Santo e talvez seja um dos maiores tubos já registrados no Brasil. Praticamente todas as sessões que rolam lá são históricas. “O swell veio de uma tempestade típica que vem do sudoeste e lança toda a energia na costa sul e sudeste do Brasil”, explicou a lenda das ondas grandes Carlos Burle. “Este em particular tinha mais uma direção sudeste. Isso é bom para Avalanche. Seguimos todas as informações de previsão antes de podermos fazer a chamada final. Foi uma ondulação muito interessante.” Mas o dia seguinte foi melhor ainda. “O swell se alinhou mais ao reef, e vimos e surfamos ondas maiores. Depois de rebocar Lucas Fink e seus amigos em várias, experimentei a corda. Foi quando aquele mutante veio. Senti a adrenalina alta e fiz a primeira parte dela, mas estava indo muito rápido. Então, tentei desacelerar um pouco colocando minhas mãos na onda. Que erro! Ter que desacelerar sob o pico e depois ter que lidar com o cuspe gigantesco… Tudo estava tão intenso.”, relatou Burle.

Combo raro e perfeito

Em algum lugar da Califórnia. Foto: Billy Watts

Data: Segunda-feira, 25 até 29 de outubro de 2021.

História: “Esta não foi uma combinação comum”, disse Schaler Perry, da Surfline. “Esse tipo de evento é raro, em grande parte por causa do recorde de baixa pressão que chegou em 942,5 milibares através do Golfo do Alasca.” Onde? Em algum lugar da Califórnia, provavelmente entre Huntington and Newport Beach.

Europa clássica

Pedro Calado em Portugal durante swell histórico na Europa. Foto: Helio Antonio

Data: sábado, 11 a sexta-feira 17 de dezembro.

História: “Olhando para trás, é loucura entender o que aconteceu em toda a Europa”, disse o editor da Surfline, Jason Lock, que relatou esse evento, que abrangeu sete países diferentes. “Esses swells consecutivos eram outra coisa – do norte no Ártico até o norte da África, tocou praticamente todos os países ao longo da Europa ocidental, e há algo especial na conexão de tudo isso. Aquele dia XXL na Irlanda? Esse mesmo swell foi surfado na Inglaterra, França, em Portugal e no Marrocos”, disse ele. Pedro Calado embalou a onda da sessão em uma laje de esquerdas não revelada em Portugal, depois continuou a caçar outros diamantes portugueses durante toda a semana de altas ondas, sem jet-ski.

 

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