O terceiro lugar de Filipe Toledo no Taiti não foi apenas um ótimo resultado para sua pontuação no ranking do Circuito Mundial da WSL. Ao chegar até a semifinal em Teahupoo, o atual número um do mundo comprovou sua evolução em ondas para esquerda em fundo de coral, apontada antes da etapa como, talvez, a única deficiência em seu surf.
Antes do campeonato, Filipe se adiantou aos críticos, abriu mão de participar do US Open, etapa do circuito de qualificação à elite disputada em ondas horríveis em Huntington Beach, Califórnia, e passou uma semana treinando em Teahupoo. O treinamento rendeu frutos e agora, com a liderança consolidada rumo aos quatro últimos eventos do ano – piscina de ondas, França, Portugal e Pipeline -, Filipe comentou seu atual momento e mostrou confiança para a reta final:
Como foi o sentimento depois de um excelente terceiro lugar no Tahiti? Muitos falaram que esse seria o seu descarte, no entanto foi um resultado mais do que positivo.
Sem dúvida, o Tahiti foi sempre um campeonato muito desafiador para mim. Um evento que sempre quis mostrar evolução, mostrar que eu também sou capaz e esse ano eu consegui fazer isso como terceiro colocado e um resultado que entrou para a soma.
Para você, como é manter a lycra amarela e ir para mais uma etapa como líder?
É muito gratificante continuar com a lycra amarela, como número 1 do Mundo, e com bastante pontos acumulados já. Acho que é mais confiança, mais determinação, mais força de vontade para as próximas etapas.
Já fez as contas do que precisa para chegar ao título?
Não, ainda não, mas de uma forma bem simples é sempre vencer os eventos, manter resultado que some para mim. É sempre poder chegar nas quartas-de-final, semifinal e final.
Ainda temos quatro etapas, qual a que gera maior expectativa? É a próxima?
Acho que não. Acho que todas geram expectativa muito grande, ainda mais nessa segunda metade do ano, as últimas etapas, todo mundo tendo de mostrar resultados, mostrar o trabalho. Então, acho que essas últimas quatro etapas são as mais decisivas.
Já estudou o novo formato para a piscina? Gostou?
Sim, a gente teve várias reuniões durante o ano todo para decidir o formato do campeonato e eu acho que vai ser muito positivo, de uma forma diferente do que está acostumado, mas ao mesmo tempo vai ser bem legal.
No Surf Ranch, nas duas disputas que participou, você foi destaque. Isso é uma motivação a mais?
Sem dúvida, a onda da piscina do Kelly (Slater) eu gosto muito, uma onda high performance, rápida e que acho que encaixa com o meu surf e essas performances em mente vai me ajudar nas horas da bateria a conseguir mais um bom resultado.
Na etapa de Portugal você já foi do primeiro ao 25º lugar. No ano passado, saiu de “cara” tanto em Portugal quanto na França. Isso gera alguma preocupação?
Não, nenhuma! Acho que o que ficou no passado, é passado. Esse é um outro ano, uma outra trajetória, um outro treinamento. Então, o que ficou lá atrás, ficou lá atrás e agora é bola para frente, pensar no presente e tentar fazer o melhor.
Entrevista: Fábio Maradei/FMA Notícias
Imagens: WSL/Divulgação