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Em meio a polêmica, brasileiros avançam às quartas de final do US Open of Surfing

O Wallex US Open of Surfing apresentado por Pacifico realizou as oitavas de final na sexta-feira de ondas de 2-3 pés em Huntington Beach e três surfistas da América do Sul seguem na disputa dos títulos da quarta etapa do World Surf League (WSL) Challenger Series na Califórnia. Mateus Herdy ganhou o duelo brasileiro com Michael Rodrigues, Luana Silva derrotou uma top-5 do ranking e a peruana Daniella Rosas venceu com a maior nota do dia entre as mulheres. Neste sábado serão realizadas as quartas de final a partir das 8h00 e ainda vai ter a brasileira Chloé Calmon disputando vaga para as semifinais do Huntington Beach Longboard Classic.

O penúltimo dia vai começar pelas quartas de final femininas do Wallex US Open of Surfing, com Luana Silva entrando na segunda bateria com a norte-americana Sawyer Lindblad. Na terceira, Daniella Rosas volta a encontrar a experiente australiana e agora nova líder do ranking, Sally Fitzgibbons, que ela derrotou na quinta-feira. Depois, tem Mateus Herdy enfrentando o californiano Crosby Colapinto e Chloé Calmon fecha as quartas de final do longboard contra a tricampeã mundial Honolua Blomfield, do Havaí.

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A sexta-feira foi iniciada pelas oitavas de final masculinas e o duelo brasileiro aconteceu no quarto confronto do dia. Três surfistas que estão entre os 10 primeiros do ranking, grupo que o Challenger Series classifica para o World Surf League (WSL) Championship Tour (CT), já haviam sido eliminados. Morgan Cibilic perdeu a bateria australiana para Reef Heazlewood. O líder Cole Houshmand foi barrado por Nolan Rapoza no primeiro dos dois confrontos norte-americanos seguidos. No outro, Crosby Colapinto entrou no G-10 com a vitória sobre Jett Schilling, que passou a ser o último colocado na lista.

BATERIA POLÊMICA

Wallex US Open of Surfing
Mateus Herdy executa o aéreo full rotation contra Michael Rodrigues nas oitavas de final. Foto: Kenny Morris/ World Surf League

Michael Rodrigues já tiraria a vaga de Jett Schilling no G-10 se passasse para as quartas de final. Ele usou a tática de pegar várias ondas, enquanto Mateus Herdy preferiu ser mais seletivo, para pegar as melhores das séries. Ele começou bem com nota 5,93, mas só surfou sua segunda onda quando faltavam 13 minutos para terminar a bateria. Michael estava na frente e Mateus mandou um aéreo full rotation, voando alto com boa amplitude, para ganhar nota 7,17.

Com ela, o catarinense abriu 8,10 pontos de vantagem e o cearense deu o troco na mesma moeda. Michael também achou uma direita que formou a rampa para fazer um full rotation de frontside, bastante semelhante ao de Herdy, mas sua nota foi inferior: 6,40. Ele passou a precisar de 6,71 para vencer.

Mateus Herdy manteve a prioridade de escolher a próxima onda e só pegou uma quando restavam 2 minutos. Era uma esquerda que rendeu três manobras, para trocar o 5,93 por 6,10 e selar a vitória por 13,27 a 11,40 pontos.

“Esse já é o meu melhor resultado aqui”, destacou Mateus Herdy. “Eu e o Sammy (Samuel Pupo) sempre assistíamos esse evento quando éramos mais novos e ficávamos pensando se um dia a gente ia competir aqui. Mas, nenhum de nós conseguimos um bom resultado até agora, então estou bem feliz. Mas, ainda quero fazer melhor. Sei que os locais (americanos) estão surfando demais, mas vou tentar. Na real, eu amo surfar com apenas mais um cara na água”.

Como era de se esperar, as redes sociais ferveram e muita gente manifestou seu descontentamento com a nota recebida por Michael pelo aéreo, que deveria ser igual ou maior a nota de Herdy pela mesma manobra. Mas houve também quem entendesse que as notas foram merecidas.

Com a passagem para as quartas de final do Wallex US Open of Surfing, Mateus Herdy já saltou da 35.a para a 19.a posição no ranking, enquanto Michael Rodrigues ficou em 12.o lugar. Os dois moram na Ilha de Santa Catarina e são especialistas nas manobras aéreas. Michael saiu da elite do CT no corte do meio da temporada e está tentando recuperar a vaga pelo Challenger Series. Já Mateus Herdy busca a sua primeira classificação para o grupo dos melhores surfistas do mundo, que o seu tio, Guilherme Herdy, fez parte por muitos anos.

“O Michael é sempre um competidor difícil e, com o vento de hoje, eu sabia que ia ser um show de aéreos”, disse Mateus Herdy. “Nós moramos em Florianópolis, que já tem uma história grande de excelentes surfistas. O Michael é um batalhador, o Yago (Dora) é meu vizinho, tem também o Lucas Silveira, o campeão mundial Adriano de Souza e os caras da diretoria, como o Fabio Gouveia e o Teco Padaratz. É muita gente talentosa que vejo surfar desde criança”.

Depois dessa bateria verde-amarela, mais dois brasileiros disputaram as últimas vagas para as quartas de final do Wallex US Open of Surfing. O potiguar Jadson André também estava na porta de entrada do G-10, em 13.o no ranking, logo abaixo do Michael Rodrigues. Ele também escolheu voar e acertou os aéreos reverse de frontside nas esquerdas, para liderar a bateria com notas 6,33 e 7,23. Só que o jovem australiano George Pittar, achou uma direita que abriu a parede para combinar três ataques muito fortes de frontside, que valeram nota 8,50. Ela acabou decidindo a vitória por 14,83 a 13,70 pontos.

MAIORES SOMATÓRIOS – Com esse somatório, Jadson André poderia ter vencido todas as outras seis baterias disputadas antes dessa. Na seguinte, o paulista Deivid Silva demorou 13 minutos para surfar sua primeira onda, mas foi outra direita que ficou em pé para ele mandar duas pancadas muito fortes de backside, que arrancaram nota 7,83 dos juízes. Foi a maior da bateria, só que o japonês Kanoa Igarashi conseguiu somar 7,00 com 7,77 em duas ondas seguidas, enquanto o máximo que o brasileiro conseguiu depois foi 5,60.

Jadson André poderia ter vencido todas as baterias antes da dele na sexta-feira. Foto: @WSL / Pat Nolan

George Pittar e Kanoa Igarashi acabaram eliminando Jadson André e Deivid Silva com os maiores somatórios das oitavas de final masculinas, 14,83 e 14,77 pontos, respectivamente. Apesar das derrotas, o nono lugar no Wallex US Open of Surfing foi um bom resultado para os brasileiros. Jadson se manteve bem próximo do grupo dos top-10 e o DVD subiu da 39.a para a 25.a posição. Eles ainda têm duas chances para conseguir a classificação para o CT 2024, a etapa de Portugal e o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil, que vai fechar o Challenger Series em outubro na Praia de Itaúna.

VAGA NO G-5 – Na categoria feminina, Luana Silva segue sendo a grande esperança para o Brasil ter uma companhia para Tatiana Weston-Webb no CT. Ela mostrou a potência do seu backside nas esquerdas de Huntington Beach, contra a surfista que chegou na Califórnia fechando o grupo das 5 surfistas que o Challenger Series indica para a elite. A nota 6,93 da sua melhor onda, garantiu a vitória sobre Bronte Macaulay por 12,76 a 11,07 pontos. E a australiana vinha embalada pelo título na etapa passada, em Ballito, na África do Sul.

Luana Silva segue na busca por uma vaga no grupo das top-5 do Challenger Series. Foto: @WSL / Kenny Morris

Mesmo assim, Bronte Macaulay subiu do quinto para o quarto lugar no ranking, porque a francesa Vahine Fierro já havia perdido na fase anterior. Aliás, Vahine acabou saindo do G-5 na sexta-feira, com a californiana Sawyer Lindblad lhe tirando o quinto lugar com a vitória sobre a número 3 do ranking, a australiana India Robinson. Luana Silva e Sawyer Lindblad vão fazer um confronto direto por vaga no G-5 nas quartas de final. A brasileira já aparece em sétimo no ranking e entra na lista se chegar na final do Wallex US Open of Surfing.

MAIOR NOTA – Logo após a vitória de Luana Silva, a peruana Daniella Rosas também avançou para as quartas de final, despachando a norte-americana Zoe Benedetto. As duas amanheceram a sexta-feira empatadas em 29.o lugar no ranking e a tricampeã sul-americana dominou quase toda a bateria. A americana chegou a passar a frente na onda que pegou quando restavam 5 minutos, uma esquerda que rendeu quatro manobras de backside.

Só que Daniella Rosas ainda achou uma esquerda boa também, que ficou mais em pé para combinar batidas e rasgadas com pressão e velocidade e ainda atacar forte a junção. Os juízes deram nota 7,50, a maior das oitavas de final femininas. Com ela, a peruana venceu a bateria por 13,23 a 11,37 pontos e ganhou mais cinco posições no ranking. Daniella já aparece em 24.o lugar e vai voltar a enfrentar a nova líder do ranking, Sally Fitzgibbons, que passou pela portuguesa Teresa Bonvalot e assumiu a ponta com a derrota da também australiana Isabella Nichols, para a costa-ricense Leilani McGonagle.

“As condições do mar estavam bem difíceis, então tentei ficar bem ativa e pegar bastante ondas”, contou Daniella Rosas. “Eu sabia que precisava manter a calmar e fazer duas manobras boas na onda. Aí veio aquela esquerda, fiz as duas, ela continuou abrindo, então fui surfando até o final e estou muito feliz por ter passado mais uma bateria. Huntington é sempre complicado, as ondas são sempre difíceis, então precisa aproveitar toda oportunidade”.

O Wallex US Open of Surfing apresentado por Pacifico é a quarta das seis etapas do Challenger Series 2023. Depois, só tem o EDP Vissla Pro Ericeira nos dias 1 a 8 de outubro em Portugal, antes do Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil fechar nos dias 14 a 21 de outubro na Praia de Itaúna, a lista dos 10 homens e 5 mulheres que completarão a elite do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) em 2024.

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