Um molusco azul, conhecido como dragão azul (Glaucus atlanticus), foi visto em uma praia de Bertioga, litoral de São Paulo, e acabou chamando a atenção de uma banhista. Nas imagens divulgadas nas redes sociais, o animal aparece encalhado em uma faixa de areia em Riviera de São Lourenço. O bicho não é venenoso, mas possui uma toxina capaz de queimar a pele de quem tocá-lo.
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A arquiteta, Dalma Mesquita Ferreira, afirmou em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (8), que flagrou o animal em um dia frio, quando ela estava passeando pela região com uma sacolinha plástica. A intenção era recolher lixo durante a caminhada. O trajeto aconteceu até que ela visualizou algo azul, de cor intensa na areia, e decidiu chegar mais perto.
No primeiro momento ela pensou que fosse um pedaço de plástico, mas logo viu que era um ser vivo. “Quando eu cheguei perto e vi que aquilo se mexia, a minha primeira reação foi verificar se a onda estava chegando para levar embora”, contou. Antes do molusco ser levado, ela fez o registro do encontro e enviou para o filho, que contou a ela que se tratava de um dragão azul.
No dia do episódio, Dalma afirmou que o mar estava com ressaca, o que ajudou para que o molusco fosse encontrado no litoral paulista.
“Eu nunca tinha visto nem na televisão, só na literatura mesmo. A espécie pode ser conhecida, mas ela estava ali na minha frente. Para resumir, é emocionante se deparar com um serzinho desses na sua frente”, contou.
Também em entrevista ao G1, a mestranda pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) em Sistemática, Taxonomia Animal e Biodiversidade, Gemany Caetano, contou que o molusco não é raro, mas sua aparição sim, mesmo ele podendo ser encontrado em mares tropicais como da Austrália, Brasil e países do continente africano.
Ela contou que os bichos não possuem uma natação ativa, então a ventania e a corrente marítima podem ter levado ele até a faixa de areia. Gemany ainda contou que por ele ser pequeno pode ser pisoteado na praia, ou até mesmo ficar camuflado no meio do lixo.
“Ele é muito frágil, pequeno e sensível. Por isso, é importante que não seja tocado”, esclareceu. “Além disso, há o risco de queimaduras em contato com animal, pois se alimenta de caravelas portuguesas.”
“As caravelas das quais o dragão azul se alimenta possuem estruturas urticantes que são capturadas pelo nudibrânquio e utilizados para sua defesa. Caso as pessoas o encontrem, o ideal é que não toquem no animal, a fim de evitar qualquer acidente. É um animal que merece ser admirado”, conclui.