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Acirram-se confrontos entre caiçaras e o condomínio Laranjeiras

“Dá licença, dá licença,” pede, repetidamente no vídeo, o caiçara que quer entrar na praia aonde está situada o condomínio Laranjeiras, em Paraty, RJ.

Ele tenta entrar, e a situação fica ainda mais dramática quando ouvimos um homem gritar “Tira a mão da arma,” ao fundo.

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Enfim, não sabemos como a situação se desdobra, mas esse episódio é um simulacro do que vem acontecendo há décadas com as comunidades tradicionais caiçaras tendo usurpados os seus direitos básicos de ir e vir.

O vídeo (que você assiste abaixo) foi publicado pela página Vai Paraty que também citou uma postagem feita na página Trindade Vive  – Organização Comunitária em defesa do Território Tradicional e da Cultura Caiçara sobre a intensificação dos conflitos entre as comunidades tradicionais caiçaras e o condomínio Laranjeiras.

De acordo com a Vai Paraty, nos últimos dias os conflitos envolvendo caiçaras e o Condomínio Laranjeiras têm se acirrado, com brigas entre moradores de comunidades vizinhas e funcionários por conta de restrições no acesso às praias e uso de áreas públicas e privadas.

Alguns dias atrás, seguranças tentaram impedir a entrada de caiçaras na Praia de Laranjeiras, onde foi realizado um ato pacífico pelo direito de ir e vir no território. A alegação é que eles teriam se envolvido em uma briga com o síndico do condomínio.

Em 2017 a Agência Pública denunciou a tensão no entorno do “enclave de segurança máxima e luxo superlativo” em meio a Mata Atlântica de Paraty.No local, seguranças guardam um campo de golfe, quadras de tênis, helipontos e mais de 150 mansões em praias consideradas como “privadas” – embora essa figura não exista nas leis.

A construção desse reduto, frequentado pela seleta classe dos mais ricos do Brasil – imóveis entre US$ 5 e US$ 20 milhões – ocorreu na década de 1970 após a expulsão das comunidades tradicionais caiçaras que ali viviam.

Hoje, passados 50 anos dessa história de violência, caiçaras da Vila Oratório, Praia do Sono, Ponta Negra, Trindade e outras comunidades costeiras da região, ainda sofrem com restrições no acesso às suas moradias, praias, cachoeiras e trilhas ancestrais do território.

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