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Como analisar as previsões de onda

Saber como analisar as previsões de onda é indispensável a qualquer surfista que pretende desfrutar das melhores condições do mar.

Embora ter a noção de que bom tamanho de swell e direção favorável sejam informações importantes, elas não são as únicas necessárias para garantir uma boa queda.

Sendo assim, muita gente acredita que sabe como analisar as previsões de onda baseada apenas nesses dois fatores.

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Porém, a análise também varia conforme as características do pico e abrange outros dados essenciais para garantir que as condições estejam épicas.

Veja abaixo cinco fatores que devem ser levados em conta para uma análise de swell mais assertiva.

Como analisar as previsões de onda

Período

Definido como intervalo de tempo entre duas ondas consecutivas da série, é uma das variáveis mais importantes da previsão de ondas, já que indica, entre outros aspectos, a velocidade e o tamanho da onda.

No Brasil, os swells mais frequentes têm de 8 a 11 segundos de período. De acordo com Gabriel Gomes Jr., sócio do site Surf Guru, “as ondulações de período curto, ou seja, de 7 ou 8 segundos, não têm formação muito boa e não proporcionam séries com muitas ondas. À medida que o período aumenta, as ondas tendem a se alinhar mais e formar boas séries”.

Porém, o mar não é uma ciência exata, como se sabe, e os períodos mais altos também aumentam as chances de ‘fechadeiras’. Sendo assim, não se pode traçar um paralelo direto entre período e qualidade.

Direção

O swell surge de tempestades que acontecem no oceano e que podem gerar ondulações em várias direções.

Logo que você abre um gráfico de previsão vai ver a altura total, que é a soma de todas as ondulações que estão chegando naquele ponto.

Mas, para ter mais precisão em relação a um determinado pico, é necessário observar em que direção a ondulação vai atingir a costa”, orienta Gabriel.

A direção de um swell varia de acordo com o vento na área da tempestade e a localização e o relevo submarino de cada praia.

Cada pico possui uma janela de abertura específica – limitada pelos contornos do continente, ilhas e barreiras de corais –, que são as possíveis direções de ondulação capazes de gerar boas ondas. De maneira geral, a direção preferencial de um pico é aquela que vem de frente.

Vento

O melhor vento para o surf é o terral, ou seja, aquele que sopra da costa para o mar, de fraca a moderada intensidade, em torno de 5 a 10 nós, porque esculpe melhor as ondas, de forma que a parede demora mais tempo para quebrar e, em alguns casos, dá o tempero para deixá-la tubular.

Já o vento maral tende a deixar o mar mexido e faz as ondas quebrarem irregularmente, além de poder aumentar a correnteza. Porém, se o vento maral tiver influência lateral, facilita os aéreos, porque dá a sustentação aerodinâmica que ajuda a decolar.

Maré

De maneira geral, os momentos com um pouco mais de intensidade de ondas ocorrem nas trocas de maré, ou seja, na enchente e na vazante.

Mas isso varia de pico para pico, então, mais uma vez, o melhor a fazer é observar e experimentar diferentes momentos das marés para chegar a uma conclusão mais precisa.

Gabriel informa que “a maré alta deixa mais água sobre a plataforma continental, então a enchente da maré tende a trazer ondulações com mais energia”.

Bloqueios

Digamos que existe uma ilha na frente da sua praia ou uma ponta de terra em um dos lados. Quando a ondulação chega do alto-mar, a faixa de terra vai barrá-la, diminuindo seu tamanho”, diz Gabriel.

No entanto, quanto maior o período, maiores as chances das ondas chegarem ao seu pico em função do processo de refração – que é a tendência da onda de se adaptar ao fundo do oceano, mudar sua trajetória e seguir em direção à praia.

Pressão

Segundo Gabriel, “no Brasil, existe uma recorrente área de alta pressão no litoral das regiões Sul e Sudeste chamada de Alta Pressão do Atlântico Sul”.

Essa área bloqueia os ventos fortes e ondulações que vêm do alto-mar, deixando a praia uma “lagoa”. Do Espírito Santo ao Nordeste, segundo o sócio do Surf Guru, este é um fator positivo para a ondulação.

Já os centros de baixa pressão sobre o continente geram tempestades no oceano, proporcionando ondulações nas costas Sul e Sudeste.

Resumindo, na maioria das vezes, quando há um centro de alta pressão sobre o continente, há mais ondulações na região Nordeste. Quando há um centro de baixa pressão sobre o continente, as melhores ondas estão no Sul e Sudeste.

* Por Kevin Damasio

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