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Campeã do Saquarema Pro 2023 corre o risco de ficar fora das Olimpíadas

Campeã do Saquarema Pro 2023, e considerada uma das melhores surfistas da nova geração, Erin Brooks, 16 anos, poderá ficar de fora das Olimpíadas de Paris 2024.

Tudo por conta de um imbróglio burocrático que se arrasta desde o ano passado. Brooks nasceu no Texas e se mudou com a família ainda muito nova para o Havaí. Seu pai, Jeff Brooks, possui dupla nacionalidade, americana e canadense e, por conta disso, a família decidiu que a jovem surfista defenderia a bandeira canadense em competições internacionais, visando as Olimpíadas, como fazem outros surfistas, a exemplo de Kanoa Igarashi e Taitana Weston Webb.

Contudo, um projeto de projeto de lei canadense, C-37 de 2009, pôs fim à extensão da cidadania às segundas gerações nascidas no estrangeiro. Ao que parece, o pedido de cidadania de Erin foi feito posteriormente à implementação da nova regra e, por conta disso, nem seus familiares, nem a federação canadense de surfe, tiveram sucesso em comprovar a nacionalidade da jovem surfista, que é apontada como uma das favoritas para ganhar uma medalha nas Olimpíadas em Teahupo’o, palco do surf olímpico em 2024.

Erin também conquistou a medalha de prata nos ISA World Surfing Games em El Salvador, em junho, e o ouro nos ISA World Junior Championships, em junho de 2022.

Numa carta para explicar a decisão de não conceder uma “concessão discricionária de cidadania”, a Immigration, Refugees and Citizenship Canada afirma que Brooks não cumpriu os requisitos.

O pedido é recusado com base no fato de que o requerente não é apátrida, não passou por dificuldades especiais ou incomuns ou prestou serviços de valor excepcional ao Canadá que justifiquem uma concessão discricionária de cidadania canadense”, afirma a carta.

Federação de Surf do Canadá diz que Jeff Brooks pretende recorrer da decisão ao Tribunal Federal.

Ela quer surfar [pelo Canadá] porque quer representar sua família e sua herança”, disse Jeff em entrevista esta semana, antes da decisão do governo. “E tem sido uma batalha difícil… Mas estou orgulhoso de que ela esteja firme e queira passar por todo o processo e dar tudo o que tem. Nós conversamos sobre isso. Se não der certo e ela tiver que se afastar um dia do Canadá, ela pode fazer isso com a cabeça erguida, sabendo que deu tudo o que tinha e tentou o seu melhor para representar o país ao qual ela se sente mais ligada.”

A família Brooks vive tempos difíceis e a recusa do governo canadense foi mais um duro golpe em um ano em que as coisas não estão nada fáceis. A casa onde vivem, em Lahaina, em Maui, foi destruída durante os recentes e trágicos incêndios florestais e a mãe de Brooks luta contra um câncer.

“A cidadania é algo sobre a qual não temos controle, assim como o câncer ou o incêndio. Erin e eu conversamos sobre isso e dissemos: vamos nos concentrar apenas nas coisas que podemos controlar, que é o surf e seu treino e manter uma mentalidade positiva e estarmos abertos ao resultado, não importa qual seja.”

Olimpíadas

A pergunta que paira no ar é: poderá Erin ainda vir a representar os Estados Unidos da América nas Olimpíadas? Segundo o pai de Erin, “Se isso não for feito a tempo, teremos que nos sentar e reavaliar onde estamos assim que este ciclo olímpico passar“. É evidente que a atleta nutre um forte desejo de competir no maior palco esportivo do mundo. Ela expressa uma grande preocupação em perder a chance de participar, especialmente após anos de árduo treinamento.

Se representasse a bandeira estadunidense, Erin seria atualmente a segunda surfista internacional mais bem classificada nos Estados Unidos, o que faz dela uma candidata promissora. Por outro lado, a jovem atleta está ciente de que sua carreira esportiva é longa, e espera que, mesmo se perder esta oportunidade aos 16 anos, ainda haverá muitas oportunidades para competir nas Olimpíadas no futuro. Assim, apesar das adversidades, sua determinação e perspectiva otimista indicam que ela continuará a perseguir seus sonhos olímpicos, independentemente do resultado final.

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