É, Andy vai fazer falta.
Assista acima ao vídeo, editado por Mason Rothman (mais aqui), com filmagens de Taylor Steele, Marine Layer Productions, Brian Townsend e da Billabong.
Dois de novembro de 2020. Há dez anos o mundo do surf perdia um de seus puros, Andy Irons.
“Andy Vai Fazer Falta”
Relembramos hoje um texto do jornalista Julio Adler, de aproximadamente cinco anos atrás, intitulado “Andy Vai Fazer Falta”.
Leia:
[dropcap size=big]”[/dropcap]É estranha a relação que construímos com nossos heróis.
Mesmo sem nunca ter trocado uma palavra, um olhar sequer, temos a nítida impressão de alguma intimidade.
Conhecemos e admiramos suas virtudes e não perdoamos seus defeitos porque os tornam humanos demais.
Aos heróis, permitimos tudo, menos a ausência.
Fui apresentado aos irmãos Irons em 1994 no mundial amador da ISA na Barra da Tijuca.
Andy tinha 16 anos e um surfe absurdamente vertical, rápido e violento.
Levava no bico os logos da Town and Country e Quiksilver, os mesmos do irmão mais novo.
de fissurados como uma nova esperança no mundo do surfe.
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Faltava o mundo – e Andy foi ganhar o mundo.
Em 97 ganhou o primeiro WQS realizado em Teahupoo, classificou-se para o WCT e ainda teve fôlego para ganhar o XCel Pro em Sunset perfeito.
Não conseguiu passar da terceira fase em quase toda a temporada de 1998, exceto por um nono em Hossegor e duas vitórias excepcionais seguidas, OP Pro e US Open, ambas em Huntington Beach.
Andy já não era mais apenas um surfista perigoso em condições extremas, título mundial deixou de ser previsto e passou a ser cada dia mais provável.
Seu patrocinador, a MCD, lançou o vídeo Raw Irons e a imagem de surfista imprevisível aumentava.
Slater anuncia sua retirada do circuito e Andy não consegue se classificar entre os top 32 em 99.
Especulava-se que abuso de substâncias e festas demais tinham afastado o rapaz do seu destino.
Todo campeão precisa de sorte e Andy aproveita a saída do bicampeão mundial Damien Hardman no meio do circuito e pega a vaga no WCT em 2000, arrasta o primeiro evento realizado em Trestles e termina entre os top 16.
Em 2001 fica em 10º.
Vence Bells e Teahupoo no começo de 2002, faz duas finais seguidas contra seu camarada de festas Neco Padaratz (perde uma e ganha a outra) e termina o ano como Pipe Master.
Blue Horizon exibe um Andy detestável, próximo dum Lex Luthor diante do Slater Super-Homem.
Finalmente alguém mostra honestidade num filme de surfe.