Durante uma entrevista recente ao canal de podcast Let’s Surf, André Gioranelli, ex-competidor profissional e comentarista de surf, trouxe à tona uma denúncia séria envolvendo o atual chefe de julgamento (head judge) da WSL, o brasileiro Luli Pereira.
Aos 57 minutos da entrevista, Gioranelli revelou que Luli teria sido alvo de uma ameaça de morte por parte de um fã brasileiro insatisfeito com as notas atribuídas aos surfistas do Brasil nas competições do CT: “Nós sabemos como é o nosso público, ‘nego’ é 8 ou 80, e uma outra coisa que vou falar aqui… ele (Luli Pereira) já me falou e isso é um absurdo… ele (Luli) já foi ameaçado de morte”, revelou Gioranelli.
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Andre Gioranelli entende que é totalmente compreensível que haja protestos e que os fãs de surf eventualmente deixem de seguir a WSL, mas a coisa muda de figura quando são feitas ameaças de morte. “Isso é uma coisa muito séria”.
Embora reconheça o profissionalismo de Luli Pereira e o considere um bom surfista e juiz, Gioranelli expressou preocupação com a posição delicada em que o brasileiro se encontra atualmente, sendo pressionado pelo alto comando da WSL e agora recebendo ameaças do público. Ele enfatizou que o comportamento de uma parcela dos fãs de surf está se tornando cada vez mais fanatizado, assemelhando-se ao fervor das torcidas de futebol:
“Isso é uma coisa que as pessoas têm que pensar. É só um campeonato de surf, assim como é só um jogo de futebol. Ele (Luli) já foi ameaçado. Ontem cuspiram na cabeça do treinador do Flamengo… gente, pensa bem… você vai ameaçar uma pessoa porque as notas não saíram do jeito que você achou, que o mundo achou, não interessa! Você não pode fazer uma coisa dessas”, ponderou.
Na entrevista, Gioranelli também compartilhou suas próprias experiências, revelando que, durante seus anos como comentarista, foi fortemente pressionado pela WSL a evitar críticas ao vivo sobre os critérios de julgamento das baterias do mundial e que isso acontecia com todos os comentaristas. Ele também mencionou o afastamento dos ex-campeões mundiais Martin Potter e Barton Lynch das transmissões ao vivo devido a essa pressão, questionando a liberdade de expressão dos profissionais do esporte: “Os caras são campeões mundiais e não podem dizer o que pensam?”, questiona Gioranelli.
Assista à entrevista na íntegra: