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A espera de seu 4º transplante, surfista luta pela vida com positividade

Nasci em Florianópolis, mas moro na Praia da Pinheira [no município de Palhoça] há uns 25 anos, onde tenho uma pousada há 5. Pego onda desde os 12 anos e, se Deus quiser, não quero parar tão cedo. Sinto uma saudade danada do mar

Com essa declaração, o surfista Marcelo Siqueira “Moscão”, 56 anos, relatou ao jornalista Giorgio Guedin, do portal UOL, a forma positiva como encara o drama em que vive.

Tudo começou em novembro de 2018. Marcelo estava pintando o telhado de sua pousada quando começou se sentir um pouco estufado. Alguns médicos diziam que eram apenas gases. Contudo, depois de muita insistência, uma médica resolveu fazer uma tomografia computadorizada, que constatou um problema grave no fígado.

O surfista foi então internado em um hospital de Florianópolis à espera de um transplante de fígado. Foram quatro meses de espera, mas Marcelo nunca era chamado para a fila de doação.

Foi então que os médicos, avaliando a situação se tornar cada vez mais grave, avisaram ao surfista e a sua família que se não houvesse um transplante na brevidade, ele poderia morrer a qualquer momento.

Foi um momento de muita angústia para todos. Porém, em uma situação que Marcelo descreve como “ação de Deus”, uma incrível coincidência aconteceu.

Guilherme, um amigo de Marcelo que faz pranchas, estava realizando uma venda a um cliente quando outro amigo entrou na loja avisando que o “Moscão iria morrer”.

Os dois se abraçaram e choraram. O comprador ficou só escutando e resolveu perguntar: “O que ele tem?

Guilherme contou o drama vivido pelo amigo internado e então essa pessoa, que estava comprando a prancha, se identificou: “Sou médico, trabalho na área de transplantes e vou ajudá-lo”.

O doutor então pediu vários exames e analisou tudo. Tempos depois, Marcelo conseguiu, após muita insistência, uma transferência para Blumenau, para fazer uma consulta. Mas o caso estava bastante Grave:

Estava tão ruim que não deu tempo de fazê-la, já fui direto para a maca, estava muito debilitado. Era o momento de fazer o transplante.

No dia 10 de março de 2019 Moscão recebeu o órgão de um jovem de 18 anos. Porém, o fígado não funcionou. Os médicos lhe deram poucas horas de vida à espera de outro transplante, enquanto uma nova busca se iniciava:

Deram de 4 a 8 horas [de vida], sobrevivi, com uma porção de medicamentos. No outro dia, às 5h, me chamaram de novo. Um novo fígado, de um homem de 54 anos, que era minha idade na época. Me surpreendi. Foi muito rápido, me recuperei e voltei a ter uma vida normal”, conta.

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A vida normal foi voltando aos poucos e então Moscão s sentiu confiante de novo para pegar a prancha e ir para a água:

Estava me sentindo um iniciante. Começando tudo de novo. Quando você está na prancha, teu espírito é outro, tua alma é outra. Estava no paraíso”, revela.

Porém, no fim de 2020, ele começou a sentir dores no corpo e os médicos descobriram que suas veias estavam ruins.

Perguntaram o que eu queria da vida: ‘Olha, eu quero é viver e o que vocês optarem, estou pronto’. A equipe decidiu por um novo transplante”, conta.

O guerreiro então se mudou para Blumenau e, no dia 24 de fevereiro de 2021, fez o terceiro transplante.

Tudo transcorria bem, porém, Marcelo acabou contraindo uma infecção hospitalar que desencadeou uma nova trombose da artéria hepática e a necessidade do quarto transplante.

Moscão agora permanece aguardando na fila pelo seu quarto transplante de rim, com a mesma força e positividade que o fizeram passar por tudo isso e chegar aqui de cabeça erguida.

Depois que passar pelo quarto transplante, quero pegar uma onda com o doutor que foi lá comprar a prancha. É uma promessa nossa. Vou voltar para a água, vou ter a minha atividade. Ter uma vida como sempre tive”, conta ao repórter do Uol.

Se isso tudo acontece na vida da gente, é porque tem um propósito. Se Deus colocou isso aí para a gente ter que enfrentar, estou encarando. E sempre agradecendo às famílias que doam, pois, perder um ente é muito difícil.

Mas perder e poder ajudar outra família para ter possibilidade de continuar uma vida? Cara, não tem preço. São quatro famílias que estão me dando essa oportunidade de estar vivo, de estar feliz, para encarar tudo de novo e vou encarar, mas nunca vou esquecer destas pessoas”.

A equipe Hardcore está na torcida e mandando muita positividade para a realização de seu quarto transplante.

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