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Douglas Silva arrepia na abertura da Taça Brasil em Torres

O primeiro dia de disputas da Taça Brasil 5.000, realizado na última quinta-feira (14) na Praia dos Molhes, em Torres (RS), abriu a etapa decisiva do circuito de acesso ao Dream Tour 2025, a elite do surfe nacional.

O evento, patrocinado pela Freesurf e realizado pela Federação Gaúcha de Surf em parceria com a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), a Prefeitura de Torres e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, contou com condições de ondas pequenas pela manhã e vento forte à tarde, apresentando condições difíceis para os competidores.

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Em meio aos desafios, o pernambucano Douglas Silva se destacou no masculino e o líder do Taça Brasil, Luan Ferreyra, avançou de fase, enquanto o feminino viu surpresas com a eliminação de algumas competidoras do Dream Tour.

Douglas Silva. Foto: David Castro / CBSurf.

A primeira fase do masculino contou com 16 baterias, onde a maioria dos favoritos do circuito Taça Brasil avançou. O pernambucano Douglas Silva foi o grande nome do dia ao somar 12.94 pontos, a maior pontuação do dia, com uma onda de 7.17 e outra de 5.77.

Ele mostrou estar em excelente fase e confiante para as próximas fases: “Torres é um lugar que eu já tinha visitado algumas vezes e sei que tem altas ondas, principalmente aqui no canto esquerdo dos Molhes, onde rolam bons tubos. Mesmo com o mar pequeno, estou amarradão de estar aqui e de estar competindo. Fiquei um pouco perdido no início, mas depois que peguei a primeira onda, comecei a me ajustar ao pico e a pegar mais ondas, especialmente embaixo da galera. Fiz um ‘high score’ bem legal. Eu sabia que não podia dar margem, pois tinham dois locais fortes na disputa, e qualquer onda deles poderia mudar o resultado. Então fui com tudo e não deixei espaço”, explicou.

Terceiro colocado no Dream Tour e candidato ao título brasileiro, Douglas considera esse campeonato uma preparação importante para a etapa final do circuito no Rio de Janeiro. “Estou em busca do meu sonho de conquistar o primeiro título brasileiro no Dream Tour. Então aqui será uma preparação para chegar bem no Rio de Janeiro. Estou muito feliz de estar competindo, a prancha está funcionando bem, estou super satisfeito com o equipamento e com minha performance na água.”

Luan Ferreyra defende a liderança do ranking. Foto: David Castro / CBSurf.

LÍDER DA TAÇA BRASIL VENCE SUA BATERIA

Outro grande nome do dia foi Luan Ferreyra, também de Pernambuco, que segue na liderança do ranking da Taça Brasil. Ele avançou na primeira fase com um somatório de 8.40 e se mostrou otimista com a sequência da competição, mesmo enfrentando as condições adversas do dia: “As condições estão bem difíceis, mas sei que, se a ondulação entrar, vão rolar altas ondas. É um lugar em que me sinto bem, a onda encaixa com o meu surfe.”

Além de focado, Luan também trouxe a família para acompanhá-lo e falou sobre sua motivação de consolidar o título da divisão de acesso. “Estou feliz de ter chegado aqui nas duas últimas etapas disputando o título. Estou vivendo um sonho esses anos na CBSurf. Vim com a família toda: minha namorada, meu pai, minha mãe, até os cachorros vieram. Se Deus quiser, vou sair de Torres com o título.”

Luan vive um ano incrível, onde, além de líder do Taça Brasil, é o 12º colocado no Dream Tour, vice-campeão brasileiro Sub-18 e representou o Brasil no Mundial Junior da ISA.

Alexia Monteiro é uma das baixas no Feminino. Foto: David Castro / CBSurf.

ELIMINAÇÕES IMPORTANTES NO FEMININO

No feminino, a primeira fase teve 8 baterias e foi marcada pelo aumento do vento, que dificultou ainda mais a formação das ondas. Algumas das atletas do Dream Tour enfrentaram dificuldades, resultando em somatórios baixos e baterias bastante acirradas. Entre as eliminadas estão Nicole Santos (PE), Kemily Sampaio (SP) e Sophia Gonçalves (SP), que agora terão de buscar melhores resultados na etapa do Taça Brasil 10.000 ou na última etapa do Dream Tour para assegurar suas vagas para 2025.

A grande baixa do dia foi a eliminação da representante do Rio Grande do Sul, Alexia Monteiro, quarta colocada no Dream Tour e uma das principais promessas da nova geração do surfe brasileiro. Em uma bateria extremamente disputada, Alexia empatou em somatório com Maya Carpinelli (SC), mas foi desclassificada pelo critério de desempate, onde Maya obteve a melhor nota individual. Apesar da eliminação, Alexia já garantiu sua vaga para o Dream Tour 2025 e ainda terá mais uma chance de buscar um bom resultado em Torres na próxima etapa, que começa dia 18.

Luara Mandelli concentrada antes da sua bateria. Foto: David Castro / CBSurf.

LUARA SE DESTACA NO FEMININO

Outra grande promessa da nova geração, a paranaense Luara Mandelli, de 16 anos, teve o melhor somatório do feminino, com 9 pontos. Ela destacou que a etapa representa um retorno à sua forma após uma infecção alimentar que comprometeu seu desempenho nas etapas anteriores. “Queria agradecer muito a Deus. Peguei uma infecção alimentar na última etapa, lá em Alagoas, e não consegui competir 100% nas últimas competições. Aqui estava um pouco mal também, mas consegui treinar. Basicamente, esse foi meu primeiro surfe bem depois disso. Pedi muito para Ele me ajudar, porque sabia que as condições estavam muito difíceis, mas encontrei duas direitas boas e consegui fazer minhas notas. Estou muito feliz.”

Luara e a carioca Mariana Areno fizeram a melhor nota da primeira fase do feminino marcando 5 pontos.

Visual dos Molhes de Torres. Foto: David Castro / CBSurf.

NATHALIE CONFIRMA FAVORITISMO

A paranaense Nathalie Martins, atual terceira colocada no ranking do Taça Brasil, também avançou em sua bateria, mas adota uma estratégia cautelosa. Ela espera resultados sólidos para se aproximar das líderes e brigar pelo título na etapa final. “Aqui na etapa do 5.000 meu resultado não altera tanto o ranking, mas vim competir para tentar pegar a premiação. Não tenho patrocínio, então estou vivendo disso e de muito trabalho também,” afirmou Nathalie.

Com dois segundos lugares em etapas anteriores, Nathalie sabe que precisa de grandes resultados para ter chances de conquistar o título. “Não estou pensando muito em ranking para não me pressionar. Preciso de um resultado muito grande. Acho que preciso ganhar a etapa do 10 mil para ser campeã do ranking. Já tenho meu descarte porque em Maceió mandei mal e perdi no segundo round. Mas fiz dois segundos lugares nas outras etapas. Então, venho pra cá sabendo que posso tentar alcançar esse título, mas é uma bateria de cada vez. Quero manter a calma, me divertir e curtir o surfe, aproveitar as últimas competições do ano. Tentar não colocar muita pressão em mim em relação ao ranking e ver o que acontece no final.”

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