Ian Gentil é sangue brasileiro nas quartas de final do Lexus Pipe Pro. Nascido em Maui, mas filho de pais brasileiros, o estreante do ano na temporada de 2023 da WSL, exibe na sua camiseta de competição duas bandeiras, a do Havaí e a do Brasil, cada uma estampada num ombro. Com os resultados surpreendentes do segundo dia do evento que abriu o Circuito Mundial em Pipeline, fazendo com que nenhum dos seis brasileiros que disputaram baterias avançassem além das oitavas de final, Ian Gentil passou a ser a única opção restante ainda carregando a bandeira verde amarela.
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Além dos pais de Ian Gentil, seu técnico, o catarinense Leandro Dora, e o principal mentor, o surfista de ondas grandes baiano Yuri Sodré, também são brasileiros. O que reforça os motivos para que ele receba o apoio da torcida brasileira, órfã de seus grandes ídolos para o dia final do Lexus Pipe Pro. Ian Gentil finalizou a temporada passada na 16ª posição do ranking da WSL, com um terceiro lugar na etapa de El Salvador sendo seu melhor resultado no ano. Nos treinos de pré-temporada para 2024, ele se concentrou em surfar ondas tubulares, o que parece estar dando resultado já que, logo na primeira etapa do ano, e numa das ondas mais tubulares do Circuito Mundial, Ian está com ao menos um 5º lugar garantido.
Para chegar às quartas de final do Lexus Pipe Pro, previstas para acontecer no próximo sábado, Gentil teve que vencer o japonês Kanoa Igarashi na terceira fase, e o americano Griffin Colapinto nas oitavas de final. Terceiro colocado no ranking final da WSL em 2023, o surfista de San Clemente, na Califórnia, era um dos favoritos para chegar às finais em Pipeline, sua onda favorita. Mas Ian soube controlar com tranqulidade uma bateria de poucas notas altas, demonstrando que a experiência adquirida no primeiro ano de Tour rendeu também um bom aprendizado no uso de estratégia.
Com 27 anos de idade e surfando com o pé direito à frente, ele vai pegar o também havaiano Imaikalani deVault nas quartas de final. O vencedor da bateria irá se confrontar na semifinal com o vencedor da disputa entre o bicampeão mundial e local de Pipeline, John John Florence, e o italiano Leo Fioravanti, outro veterano do Tour que surfa a rainha das ondas havaianas com muita propriedade. Ou seja, qualquer um dos dois será uma parada pra ela de dura, além, é claro, do próprio Imaikalani. Pode-se até dizer que, com adversários tão difíceis pela frente, Ian Gentil corre por fora na disputa para um vaga na grande final. Mais uma razão para os brasileiros torcerem para ele, afinal de contas quem não gosta de ver um azarão surpreendendo a todos.