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Juiz absolve surfista português acusado de agredir brasileiro em praia da Ericeira

Uma situação de agressão e violência chamou a atenção na Ericeira, em Portugal, envolvendo um surfista brasileiro, residente no país, e um local. O incidente ocorreu no final de 2018, mas sua audiência judicial e veredito ocorreram recentemente, deixando o surfista carioca Leno Prince surpreso e em busca de justiça.

Leno Prince é personal trainer e é formado pela UFRJ – Foto: reprodução instagram

Leno Prince que é personal trainer e já havia explorado ondas em locais renomados como Havaí, Califórnia e Indonésia, relatou ter sido agredido por um surfista local da Ericeira. O brasileiro levou um soco que resultou em fratura da mandíbula, perda de um dente e a necessidade de passar por cirurgia para a colocação de duas placas metálicas no queixo, além de tratamento ortodôntico.

“Um adolescente local gerou a confusão. Foi xenófobo mandando a gente ir embora da terra deles. (…) Começou com o adolescente não respeitando o irmão do meu cunhado e entrando na onda dele. Depois de o adolescente já estar fazendo isso algumas vezes, ele reclamou e o garoto começou a mandar ir embora, ameaçar e dizer que era dono da praia”, disse Prince em mensagens enviadas ao Portugal Giro, que continuam:

“Ele saiu da água e foi buscar este cara. Ele veio me atacar com um remo, mas largou quando peguei umas pedras ao vê-lo vindo na minha direção. Eu também larguei as pedras. Depois de algumas trocas de palavras, um outro homem me deu um tapa por trás e, na sequência, o agressor me deu um soco por trás que quebrou minha mandíbula, com fratura exposta (…) Eu não vi, mas meu cunhado disse que pegou embaixo da orelha e a pressão fez o osso do queixo partir e saltar para fora da gengiva, levando dente e tudo…

A sentença emitida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste descreveu a versão do acusado, afirmando que Leno Prince e seus amigos teriam agredido o adolescente no mar, batendo e submergindo-o na água. A sentença também reproduziu a perspectiva do surfista acusado, que alegou que Prince e seus companheiros adotaram uma postura agressiva, e que o brasileiro estava com pedras na mão.

A decisão da sentença, que saiu há dois meses e absolveu o surfista português, baseou-se na alegação de legítima defesa por parte do acusado e na ausência de provas concretas para determinar a culpabilidade.

O incidente gerou debates sobre a questão do localismo, uma questão presente em várias regiões de surfe ao redor do mundo, onde os surfistas “locais” podem usar violência e xenofobia para estabelecer domínio nas ondas e afastar surfistas de outras áreas.

A Ericeira, situada a aproximadamente 50 quilômetros de Lisboa, ostenta o título de Reserva Mundial de Surfe. O local está prestes a receber a etapa portuguesa do Challenger Series, com janela marcada para 1 a 8 de outubro.

“Estamos organizando um manifesto nas redes sociais e uma ação no dia do campeonato mundial”, prometeu Prince.

Histórico de localismo

No ano de 2020, o campeão mundial e olímpico Italo Ferreira compartilhou em uma entrevista publicada na mídia australiana “Tracks” que ele foi vítima no localismo na Ericeira. Em um relato após ter vencido uma bateria, o surfista brasileiro expressou:

“Portugal me traz muitas lembranças positivas, mas há uma lembrança negativa que ocorreu recentemente. Enquanto estava surfando em Coxos, um dos surfistas locais invadiu minha onda e, além disso, fez uma série de comentários desagradáveis. Foi uma situação realmente fora do comum. Consequentemente, a vitória na bateria foi concedida a esse surfista local. Espero que possamos encontrar um entendimento, amigo.”

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