Em reportagem publicada no site A Bola, o surfista português e ex Top do CT, Tiago Pires, condenou a forma como os brasileiros Gabriel Medina e Filipe Toledo criticaram as pontuações atribuídas pelos juízes nas provas de elite.
“De um modo geral, não concordo muito com lavar a roupa suja em público, e nem sei se há roupa suja para ser lavada, na realidade. Hoje, estas coisas acontecem por causa da força das redes sociais, da força de atletas como os Medinas e os Toledos, porque os brasileiros têm realmente um batalhão de seguidores e são seguidores fervorosos“, afirmou o surfista de 43 anos.
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Questionado sobre a polêmica com as notas que têm sido dadas ao longo dos anos pelos juízes da WSL aos surfistas brasileiros, com apontado pelo atual campeão mundial Filipe Toledo e o tricampeão Gabriel Medina (2014, 2018 e 2021) das redes sociais, Tiago Pires pediu cautela e ponderação.
“A verdade é que não concordo muito com a atitude dos atletas, porque têm muito peso, têm que ponderar bem, têm de agir de cabeça fria, e eu acho que no caso do Medina e do Toledo, não o fizeram. Foram no calor do momento e isso teve repercussões muito negativas. Porque, depois, os fãs não atacam só a Liga, atacam também os próprios atletas, os competidores rivais”, frisou.
“Houve até ameaças de morte, e isso passa os limites do tolerável. Vai para uma via que nada tem a ver com o esporte. Por isso, não concordei com a maneira como eles fizeram as coisas”, acrescentou Tiago Pires.
“É muito delicado este tipo de ações por parte dos atletas, especialmente quando existem legiões de pessoas atrás, que têm mais seguidores do que a própria organização. Claro que isto pode prejudicar muito o trabalho que está sendo feito há décadas, e que continua a ser um trabalho difícil, que é angariar apoios para levar estas ligas para a frente. Portanto, é preciso ter muito cuidado com o que se diz”, considerou ‘Saca’.
De qualquer modo, Tiago Pires realçou que “todo esporte vive um pouco de polémica”, e que “não existe má publicidade”, considerando que “há sempre alguém a ter retorno e a ter visibilidade”.
“É difícil para um juiz da WSL, com todo o escrutínio, todas as repetições, com todas as ferramentas que têm os atletas, e que tem o público, que ainda haja conversas de ‘roubos’, mesmo sendo o surf um esporte subjetivo e de se falar, às vezes, das diferenças mínimas de pontos, de décimas e de centésimas”, conclui o surfista.
Fonte: A Bola