O programa Esporte Espetacular da Rede Globo exibiu no último domingo (15) uma bela reportagem com o big rider Aldemir Calunga.
Em setembro de 2012, Calunga, na época atuava como surfista profissional de ondas grandes, encarou a morte de perto. Após dropar uma onda em Puerto Escondido, no México, e levar uma vaca, o potiguar foi sugado pela massa d’água, sendo arrastado pela prancha, presa a ele pelo leash.
Em meio à turbulência do caldo, foi atingido no rosto com força pela prancha, e perdeu a consciência. Calunga ficou cerca de seis minutos nessa situação, até ser resgatado pelo experiente surfista de ondas grandes e guarda-vidas Marcos Monteiro.
Levado em estado grave para o hospital, ele ficou 16 dias na UTI, dos quais, sete dias em estado de coma.
+ Marcio Swell: Jaws quebra gigante e clássica
+ Da Hui Backdoor Shootout 2023 tem show de surf e momentos de pânico
+ Portuguesa e australiano vencem os títulos mundiais Junior 2022
“Tive uma experiência de quase morte, vi meu pai, que já era falecido na época. Foi muito difícil, graças a Deus não fiquei com sequelas físicas”, conta Calunga ao repórter do Esporte Espetacular.
Segundo explica a reportagem do programa, cientificamente, quem vivencia por uma situação desta natureza, costuma passar por mudanças profundas, se torna mais empático e menos preocupado com status e riqueza.
Calunga conta que saiu do hospital sem sequelas físicas, mas bastante abalado psicologicamente:
“Foi muito difícil, não tem quem saia de um coma e não traga um trauma. Fiquei mais de um ano tomando remédio, me envolvi em ambientes ruins, com álcool e drogas, até ter a consciência de que nada disso vale a pena, mas, sim, viver a vida de forma mais pura que você tiver”, revela.
Foi então que o big rider passou a dedicar seu tempo a recolocar deficientes físicos em contato com a prancha. Com o tempo, amigos juntaram-se a ele de forma voluntária e o trabalho ganhou maior relevância: nascia o Calunga Surfe Acessível.
O projeto de Calunga, que também é totalmente voluntário, em geral, atende pessoas que sofreram acidentes e precisaram abandonar o hobby em função da limitação física. O ex-surfista de ondas gigantes, porém, adaptou as pranchas para tornar o esporte inclusivo.
“O surfe traz a força de querer viver, de querer ser aceito novamente pela sociedade e pela família. Quando eu os vejo com um sorrisão no rosto depois de descer a onda é muito legal”, explica.
“Quero ajudar todos aqueles que desejam buscar através do oceano, essa conexão maravilhosa, o desejo de surfar as ondas pós-trauma. Tetraplégicos, paraplégicos, autistas, pessoas com paralisia cerebral… O meu sonho é que o Calunga Surfe Acessível permita que as pessoas venham surfar, se realizem nas ondas em segurança e voltem felizes para suas casas, fazendo a autoestima renascer dentro deles. O oceano está aí para todos, no mar todos são iguais, independentemente de cor, raça e credo”, pondera Aldemir Calunga.
A reportagem pode ser conferida na íntegra no portal do Esporte Espetacular – Clique AQUI.