O surfista bicampeão brasileiro e criador do Projeto Ondas, Jojó de Olivença, e Luis Neguinho, ex-surfista e instrutor de surfe e skate, foram entrevistados em programa da
TV Cultura. E um dos assuntos que surgiu foi o baixo número de negros no surf.
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Foi no programa Estação Livre, no dia 8/7, apresentado por Cris Guterres. Para Neguinho o problema está relacionado à questão financeira.
“Acho que essa é a barreira principal. É um esporte caro, prancha é caro. O surf fica caro quando você começa a surfar bem, porque você tem que surfar vários tipos de ondas e cada onda demanda uma prancha. Então, você não pode dizer que é surfista profissional sem ter pelo menos três pranchas. Além disso, tem a roupa de borracha e os acessórios”, explicou o ex-surfista.
Jojó relembra as dificuldades de seu começo no esporte e acredita que a baixa representatividade não traduz a realidade do Brasil.
“Com a nossa miscigenação e a larga extensão do litoral, o negro teve bastante acesso. Eu aprendi a surfar, porque eu morava na ‘cara’ da praia, me interessei e comecei a pegar prancha emprestada”, disse o surfista.
Ele também ressaltou a importância de projetos sociais para incluir mais pessoas no surf.
“Nas regiões Sul e Sudeste, onde a água é mais gelada, principalmente no inverno, e demanda equipamentos mais caros; os projetos de inclusão social têm facilitado o acesso de todos no mar. O histórico dos profissionais que tiveram sucesso no Brasil, a maioria era negro ou de condição social desfavorecida”, explicou Jojó.
Jojó contou também sobre o episódio de quando venceu um tradicional campeonato na Califórnia e foi aplaudido de pé. “Nos Estados Unidos, surf não é esporte para negro. Em 1993, quando fui vice-campeão em Huntington Beach, a plateia me aplaudia de pé,” disse Jojó.
Confira a história:
Assista ao episódio na íntegra: