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Todo surfista pode se inspirar no homem que disse não à J-Bay

A joia da África do Sul Jeffrey’s Bay – ou J-Bay – recebe os tops do circuito mundial da WSL de 12 a 21 de julho.

Inclusive, esses dias publicamos um vídeo no qual o sul-africano Adin Masencamp desfruta de toda a magia que a onda pode criar com um único swell, o que já nos coloca nas mais altas expectativas para o show de surf que pode acontecer por lá.

>>> J-Bay acorda de gala. Assista ao vídeo

Mas além das ondas perfeitas que encostam por lá, Jeffrey’s Bay é um pico que carrega muita história do surf.

Se hoje qualquer surfista com condições vai surfar em J-Bay com toda tranquilidade, nem sempre foi assim.

Alguém aí se lembra do que acontece em J-Bay em 1985? Nesse que foi o ano de ebulição do Apartheid, a segregação racial fomentada pelo governo fez com que Tom Curren, pela primeira vez, desistisse de participar do mundial por não concordar com a postura das autoridades.

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Vale lembrar que até 1992, Tom Curren boicotou eventos sul-africanos em oposição ao sistema injusto de apartheid.

Pois em 1992 Curren fez uma surf trip para gravar o filme da Rip Curl “Search 2”, e foi assim que o tricampeão mundial conheceu Jeffrey’s Bay.

A primeira onda de Curren no pico sul-africano foi surfada com maestria, com tubos e arcos dignos de quem conhece cada sessão – postamos esse vídeo aqui embaixo.

Desde então, sua performance foi tida por muitos como a melhor de todos os tempos.

No vídeo a seguir, você assiste à linha impecável nas extensas direitas de J-Bay, com direito a uma sessão de alaia. Assista:

+++ Vídeo bônus +++

Você vai ver, a partir dos 1’39 abaixo, a primeira onda surfada por Curren em J-Bay, com narração do lendário Sonny Miller (R.I.P).

Tom Curren e J-Bay sempre foram sinônimos de um casamento perfeito, desde sua muito elogiada e divulgada primeira onda em Supertubos no início dos anos 90.

O casamento de Curren e Supers foi supervisionado por Derek Hynd, o homem principal por trás da equipe Rip Curl por tantos anos, que sempre disse que Curren e J-Bay seriam perfeitos um para o outro.

Confira:

Este momento foi capturado pelo falecido Sonny Miller.

Se as lições de Curren dentro d’água de estilo, força, fluidez e graça nos impacta atemporalmente e extraordinariamente como surfistas, sua atitude fora d’água de dizer não ao apartheid, o coloca no seleto rol de seres humanos incríveis da humanidade que entenderam que existir por si só é um ato político.

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