Desde o mês de agosto, quando as obras de alargamento da faixa de areia começaram a ser executadas em Balneário Camboriú, a região tem registrado um aumento fora do comum de avistamento de tubarões.
Segundo pesquisadores do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que acompanha de perto as atividades costeiras desde o início das obras, há 16 casos comprovados de encontros com tubarões nas águas de Balneário Camboriú desde o início das obras. Informalmente, esse número sobe para 25 aparições, mas nem todas foram apuradas até o momento.
No entanto, ainda que esses animais levem a fama de “assassinos dos mares”, o fato é que somente algumas espécies são, de fato, agressivas e perigosas aos humanos.
À reportagem do jornal ND+, de Santa Catarina, Jules Soto, curador do museu de oceanografia da Univali, disse que um ataque de tubarão no litoral catarinense, especificamente Balneário Camboriú, seria algo “muitíssimo improvável”.
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As espécies que vivem no Litoral Norte se alimentam de animais menores em sua maioria mortos, esclarece Soto.
Também ouvido pela reportagem, o biólogo marinho André Neto, responsável técnico do Oceanic Aquarium, em Balneário Camboriú, com mais de 20 anos de experiência na área, reforça esse argumento:
“Seres marinhos como crustáceos, moluscos e pequenos peixes se tornam presas fáceis para peixes maiores e, estes peixes maiores atraem outros ainda maiores que é o caso dos tubarões. Portanto, apesar do incentivo causado pela dragagem da areia, o processo de cadeia alimentar é natural”, explica.
Os especialistas esclarecem que são muitas espécies de tubarões que vivem no litoral sul do Brasil, principalmente o tubarão Martelo e Mangona, que não são espécies agressivas.
Contudo, não são as mesmas espécies que ocorrem, por exemplo, na capital de Pernambuco, Recife, onde hoje ocorre a maioria dos ataques registrados no Brasil. Lá é mais comum encontrar tubarões tigre e tubarões cabeça-chata, considerados perigosos.
Portanto as chances de acidentes graves com tubarões aqui na região é praticamente zero, explica André Neto.
Em todo histórico de “ataques” de tubarão no Brasil, inclusive pela International Shark Attack File (ISAF), o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, não há nenhum registro em todo litoral Sul do Brasil. Levar uma mordida de um tubarão em uma das praias do sul do país seria algo inédito na história.
Vale também ressaltar que tubarões são responsáveis por equilibrar as teias alimentares, por serem grandes predadores estão no topo da cadeia alimentar e contribuem para o controle e a saúde das populações das espécies que são suas presas. Além de exercerem uma função extremamente importante na manutenção da saúde dos oceanos, pois comem os animais e peixes doentes, feridos ou mortos.
Com informações de ndmais.com.br.