Pela primeira vez na história, o surf aparecerá nas Olimpíadas, e a estreia do esporte dos antigos havaianos no programa de Tóquio está marcada para 25 de julho de 2021. A demonstração dos surfistas acontece na praia de Tsurigasaki, a cerca de 100 km do Estádio Olímpico de Tóquio.
A praia fica na cidade de Ichinomiya, na costa do Pacífico da Província de Chiba. É um dos pontos mais a leste do Japão, e recebe bem qualquer ondulação que venha do norte, leste ou sul.
O calendário atualizado da competição de surf – ou, como é chamado pelo Comitê Organizador Olímpico, “Festival Olímpico de Surf” – está previsto para 25 a 28 de julho de 2021.
Caso as condições permitam, a competição de surf pode durar quatro dias. No entanto, o oceano é imprevisível, e no caso de faltar ondas durante a janela competitiva, a programação prevê quatro dias extras na janela, que nesse caso, se estenderá de 29 a 1 de agosto.
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Os atletas
Participam um total de 40 atletas, sendo 20 homens e 20 mulheres, com no máximo dois representantes por país por cada gênero.
O sistema de qualificação permitiu abertura para que nomes poucos conhecidos de países sem tanta expressão no esporte consigam mostrar suas habilidades ao mundo.
Confira abaixo a lista completa de surfistas para o programa de Tóquio:
Masculino
Italo Ferreira (BRA)
Gabriel Medina (BRA)
Jordy Smith (AFR)
Kolohe Andino (EUA)
John John Florence (EUA)
Jeremy Flores (FRA)
Michel Bourez (FRA)
Owen Wright (AUS)
Julian Wilson (AUS)
Kanoa Igarashi (JAP)
Lucca Mesinas (PER)
Frederico Morais (POR)
Ramzi Boukhiam (MAR)
Billy Stairmand (NZL)
Manuel Selman (CHI)
Leandro Usuna (ARG)
Miguel Tudela (PER)
Leon Glatzer (ALE)
Rio Waida (IND)
Hiroto Ohhara (JAP)
Feminino
Carissa Moore (EUA)
Caroline Marks (EUA)
Stephanie Gilmore (AUS)
Sally Fitzgibbons (AUS)
Johanne Defay (FRA)
Tatiana Weston-Webb (BRA)
Silvana Lima (BRA)
Brisa Hennessy (CRI)
Bianca Buitendag (AFR)
Anat Lelior (ISR)
Ella Williams (NZL)
Daniella Rosas (PER)
Yolanda Hopkins (POR)
Teresa Bonvalot (POR)
Sofia Mulanovich (PER)
Amuro Tsuzuki (JAP)
Pauline Ado (FRA)
Mahina Maeda (JAP)
Dominic Barona (EQU)
Leilani McGonagle (CRI)
A praia
Em busca de alguma referência de como são as ondas nesta pacata cidade costeira japonesa que sediará os confrontos olímpicos no surf, encontramos este vídeo abaixo:
Duas entidades
O surfe tem duas organizações a nível mundial. A WSL (World Surf League; Liga Mundial de Surf, em português), fundada em 1976, e a ISA (International Surfing Association; a Associação Internacional de Surf), fundada em 1964.
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A WSL organiza os campeonatos mundiais mais famosos de surf da elite dos homens e mulheres do esporte. A ISA, além das etapas do masculino e do feminino, promove campeonatos de SUP (Stand Up Paddle); bodyboard e para PcD (surf adaptado). Saiba sobre as três principais diferenças entre ambas entidades:
Por ser a primeira, a ISA é reconhecida como entidade oficial do surf a nível mundial e diferentemente da WSL, não tem fins lucrativos.
A ISA tem competições em conjunto e, na maioria de seus campeonatos, dá a vaga aos países ou continentes e não diretamente aos atletas.
A WSL tem mais patrocínios, mais transmissões de televisão, mais fama e, por isso, paga melhor aos atletas. Fato que os melhores surfistas do mundo competirem apenas por lá.
Quando o surf entrou no programa olímpico, ambas as entidades entraram em um acordo com o Comitê Olímpico Organizador para que participassem do programa de Tóquio.
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O time brasileiro
Gabriel Medina, Italo Ferreira, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb, formam a seleção Olímpica Brasileira.
Os surfistas foram selecionados segundo sua colocação no Circuito Mundial de Surf da Liga Mundial de Surf.
A gaúcha radicada no Havaí Tatiana Weston-Webb, foi a primeira a conquistar sua vaga olímpica, seguida pela cearense Silvana Lima. Na categoria masculina, o potiguar Italo Ferreira e o paulista Gabriel Medina garantiram seus lugares com o título e o vice no Circuito Mundial de Surf da WSL em 2019.
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O formato
Os atletas competem em três rodadas e três finais compostas de baterias de 30 minutos.
A primeira rodada conta com quatro atletas por bateria, enquanto a segunda rodada terá cinco. A partir da terceira rodada, a competição se transforma no formato de um contra um.
Durante as provas, cada surfista terá 30 minutos para pegar o máximo de ondas possíveis e receber uma pontuação de 0-10 para cada onda. Entretanto, apenas as duas primeiras ondas de cada surfista são calculadas em sua pontuação final.
Devido à natureza do esporte, os surfistas são julgados com critérios ligeiramente diferentes dos outros atletas de outros esportes, segundo o Comitê Olímpico Organizador.
As ondas são pontuadas por um painel de juízes experientes usando um sistema de cinco pontos. Confira os critérios:
- Compromisso e dificuldade: O fator mais importante e julga os tipos, grau de dificuldade e risco dos movimentos realizados. Além disso, como todas as ondas são diferentes, os atletas também são julgados pelo alto risco da onda que escolheram e pelo comprometimento do surfista em maximizar as oportunidades de pontuação potencial em cada onda.
- Inovação e progressão: Além das manobras padrão em um repertório de surfistas, os juízes também vão pontuar aqueles que puxarem os limites do surf moderno com movimentos progressivos, como variações aéreas ou deslizamento de rabeta.
- Variedade: Embora a qualidade seja mais importante, os juízes também estão atentos aos atletas que incorporam vários tipos diferentes de manobras na sua performance.
- Combinação: Este ponto considera como um surfista pode conectar manobras de alta pontuação, como tubos, curvas e aéreos na mesma onda.
Velocidade, potência e fluidez: Este antigo mantra do surfe refere-se ao estilo de um atleta em uma onda, mas também aos elementos técnicos sutis que separam os bons surfistas dos grandes. A capacidade de reagir às condições de mudança em uma onda e manter a velocidade adequada para realizar manobras de alta pontuação, a quantidade de potência em cada movimento para que seja exibida em seu maior potencial, e a fluidez na forma como um surfista conecta cada movimento do início ao fim.
A história do surf olímpico
No dia 3 de agosto de 2016, o Comitê Olímpico Internacional incluiu o surfe como um dos novos cinco esportes no programa da Tóquio 2020.
No entanto, a arte de pegar ondas com prancha existe há centenas de anos. Ninguém sabe ao certo dizer quando e quem iniciou o surf, mas os polinésios que viveram no grupo de ilhas do Pacífico do Havaí e Taiti tinham no surf o centro de sua identidade cultural durante todo esse período. Além disso, recentemente, registros arqueológicos mostram que culturas ancestrais pré-Incas na costa peruana usaram pranchas desde 200 d.C.
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Na Era Moderna, o surf foi popularizado pelo ícone absoluto e embaixador do espírito Aloha, o havaiano Duke Kahanamoku. Kahanamoku venceu três ouros na natação nas Olimpíadas de Estocolmo 1912 e Antuérpia 1920 para os EUA. Ele não é somente considerado o ‘pai do surfe moderno‘, mas também o responsável por plantar a semente para uma futura inclusão do surfe nos Jogos Olímpicos, ao fazer essa sugestão ao aceitar a medalha de ouro em Estocolmo 1912.
PROGRAMAÇÃO DO SURF NAS OLIMPÍADAS
25 DE JULHO (DOMINGO) – DAS 7H ÀS 16H20 (das 19h de sábado às 4h20 de domingo, no Brasil)
Round 1 da categoria masculina
Round 1 da categoria feminina
Round 2 da categoria masculina
Round 2 da categoria feminina
26 DE JULHO (SEGUNDA-FEIRA) – DAS 7H ÀS 16H40 (das 19h de sábado às 4h40 de domingo, no Brasil)
Round 3 da categoria feminina
Round 3 da categoria masculina
27 DE JULHO (TERÇA-FEIRA) – DAS 7H ÀS 14H20 (das 19h de sábado às 2h20 de domingo, no Brasil)
Quartas-de-final da categoria masculina
Quartas-de-final da categoria feminina
Semifinal da categoria masculina
Semifinal da categoria feminina
28 DE JULHO (QUARTA-FEIRA) – DAS 8H ÀS 11H35 (das 20h de sábado às 23h35 de domingo, no Brasil)
Bateria da medalha de bronze feminina
Bateria da medalha de bronze masculina
Bateria da medalha de ouro feminina
Bateria da medalha de ouro masculina
Cerimônia de entrega de medalhas feminina
Cerimônia de entrega de medalhas masculina
Baterias definidas da primeira fase
Primeira fase masculina
1) Italo Ferreira (BRA), Michel Bourez (FRA), Hiroto Ohhara (JAP) e Leandro Usuna (ARG)
2) Kolohe Andino (EUA), Owen Wright (AUS), Miguel Tudela (PER) e Frederico Morais (POR)
3) Jordy Smith (AFR), Jeremy Flores (FRA), Lucca Mesinas (PER) e Billy Stairmand (NZL)
4) Kanoa Igarashi (JAP), John John Florence (HAV), Manuel Selman (CHI) e Ramzi Boukhiam (MAR)
5) Gabriel Medina (BRA), Julian Wilson (AUS), Leon Glatzer (ALE) e Rio Waida (IND)
Primeira fase feminina
1) Carissa Moore (EUA), Teresa Bonvalot (POR), Daniella Rosas (PER) e Dominic Barona (EQU)
2) Sally Fitzgibbons (AUS), Brisa Hennessy (CRI), Mahina Maeda (JAP) e Bianca Buitendag (AFR)
3) Stephanie Gilmore (AUS), Silvana Lima (BRA), Pauline Ado (FRA), Anat Lelior (ISR)
4) Tatiana Weston-Webb (BRA), Johanne Defay (FRA), Amuro Tsuzuki (JAP), Sofía Mulanovich (PER)
5) Caroline Marks (EUA), Yolanda Sequeira (POR), Leilani McGonagle (CRI) e Ella Williams (NZL)