Na última sexta-feira, 18/9, Fernando de Noronha sediou a exposição “Coleção Didática de Lixo Marinho” reunindo lixo retirado do mar.
O acervo abriga 90 kg de itens como tampas de garrafas, vidros, calçados, pilhas, bitucas de cigarro e embalagens, entre vários itens descartados no mar.
A coleta foi coordenada pela bióloga Sandra Cadengue e realizada entre maio e agosto, nas praias do Parque Nacional Marinho e na Área de Proteção Ambiental (APA).
Entre o lixo retirado do mar, estão dejetos provenientes da África e da Ásia, que chegou ao arquipélago por meio de correntes marinhas.
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Impacto global
A coleção que será exposta permanentemente passou por uma triagem de acordo com o tipo do lixo e a praia onde foi encontrado.
Parte dos materiais coletados, sobretudo os contendo informações detalhadas de sua origem e uso, ficarão à disposição para pesquisadores de lixo marinho.
“A coleção mostra que ações locais impactam globalmente”, alerta a bióloga Érika Cavalcante, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), também responsável pela curadoria.
Em suas análises, a bióloga chegou a um dado curioso sobre o lixo de Noronha. Segundo ela, as praias do Mar de Fora, voltadas para o Atlântico, costumam receber lixo estrangeiro com maior frequência.
Plástico Zero
A preocupação com o meio ambiente têm crescido em Fernando de Noronha.
Afinal, o local, além de Patrimônio Natural da Humanidade, é endereço estratégico para espécies migratórias.
Há pouco mais de um ano e meio, está em curso o Programa Plástico Zero cujo objetivo é zerar a produção de resíduos plásticos descartáveis.
Portanto, desde abril de 2019 não é permitida a entrada nem comercialização e uso de sacolas, garrafas plásticas abaixo de 500 ml e utensílios como canudos e talheres.
De acordo com as últimas contas da administração da ilha, já são mais de 50 notificações em estabelecimentos locais e mil quilos de plásticos apreendidos ou entregues voluntariamente por turistas.
Outra iniciativa ambiental recente é o decreto-lei do Carbono Zero. Criado no início deste ano, o programa proíbe a entrada de veículos novos a combustão, a partir de 2022, e a retirada total de automóveis que não sejam 100% elétricos, a partir de 2030.
Fonte: UOL