Desde que foi instaurada a pandemia do novo coronavírus, cidadãos do mundo inteiro vivem um momento de repentina e drástica mudança nos hábitos.
Como um dos reverberares desse contexto, muitos esportistas têm experimentado alterações de humor, sentindo-se excessivamente cansados, incapazes de concentrar-se no trabalho e executar as tarefas diárias.
Muitas podem ser as causas clínicas desses sintomas, mas uma delas tem chamado atenção dos especialistas por conta do aumento de casos desde o início da quarentena para brecar a curva de disseminação do novo coronavírus.
Estamos falando da Síndrome da Fadiga Crônica – SFC.
Estresse psicológico é uma das causas
Via telefone, Revista Hardcore falou com o Dr. Marcelo Baboghluian. “Doc”, como é conhecido o Dr. Baboghluian, começou surfar ainda na década de 70, e hoje divide seu tempo entre as ondas de Ubatuba e sua clínica em São Paulo, o Instituto Marazul.
“A Síndrome da Fadiga Crônica não é uma exclusividade dos atletas de alta performance, mas tem afetado também os atletas amadores, aqueles que não vivem do esporte, mas que são dedicados e praticantes assíduos,” conta Baboghluian.
Na maioria das vezes, a doença se instala insidiosamente, mas é principalmente causada por estresse. O estresse pode ser orgânico (causado por infecções) ou psicológico.
Enfim, estresse psicológico é tudo o que acontece quando esportistas acostumados com a rotina de treinos, muitos deles ao ar livre, se veem trancafiados e sem possibilidade de seguir com a rotina.
Além da fadiga, outros sintomas da SFC podem ser irritabilidade, depressão, ansiedade, perda ou ganho de peso, dores nos gânglios, músculos e juntas.
Cuidar dos hábitos
Não há exames laboratoriais específicos para identificar a fadiga crônica. O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um médico, conforme enfatiza Baboghluian.
Não existe tratamento propriamente específico para a SFC. Segundo explica Baboghluian, o mais importante é que, após diagnosticado com SFC, o paciente faça um tratamento sintomático e comportamental. Nos casos mais graves os ansiolíticos podem ser necessários.
“O mais importante é reorganizar o cotidiano e estabelecer uma rotina saudável. Ter rotina para dormir bem, comer bem e iniciar atividades físicas gradualmente.”
Instituto Mar Azul
É no Instituto Marazul no bairro do Pacaembú, São Paulo, SP, que o Dr. Marcelo Baboghluian atende atletas como o bicampeão mundial de surf Gabriel Medina, o campeão Adriano de Souza, e os tops WSL Caio Ibelli, Jadson Andre e Ítalo Ferreira.
Entre os esportistas que frequentam seu consultório, Carlos Burle, Sylvio Mancusi, Jorge Pacelli e Romeu Bruno.
No skateboard, Sandro Dias, Murilo Peres, Rony Gomes são outros nomes tratados por Baboghluian. Mas muitos freesurfers e atletas de fim de semana vão ao Instituto Marazul para melhorar a saúde como um todo.
Saiba mais aqui.
Surf Injury Data – App
Baboghluian e mais uma experiente equipe de médicos especialistas em Medicina Esportiva, inventaram o aplicativo SID – Surf Injury Data. Relembre aqui.
Na primeira versão do aplicativo, o SID oferece acesso gratuito a sua seleção de exercícios, como os de aquecimento pré-surf e alongamento pós-surf.
O usuário pode registrar suas sessões, informando equipamentos utilizados e as condições do mar e da praia em questão, além de registrar ocorrências em caso de problemas, colaborando para um grande banco de compartilhamento de dados que ajudará a comunidade a promover saúde e bem estar no esporte.