Kelly Slater afirma em entrevista que casos de câncer dispararam no Japão devido ao acidente nuclear em Fukushima e que “não estão falando isso às pessoas”
Por Redação HC
Há pouco mais de oito anos, um tsunami provocado por um terremoto em alto mar provocou o derretimento de três dos seis reatores de uma usina geradora de energia nuclear em Fukushima, no Japão. De lá para cá, a cidade e seus entornos foram reconstruídos em velocidade relâmpago, mas as consequências do acidente acidente, com a lideração de material radioativo, nunca foram um assunto tratado corretamente.
Pelo menos é assim que Kelly Slater enxerga a questão. O onze vezes campeão mundial de surf falou sobre isso em entrevista ao apresentador norte-americano Graham Bensinger, dono de um popular canal no Youtube sobre grandes esportistas. Conversando com ele, Kelly revelou que a radiação presente no mar do Japão é uma de suas preocupações para a disputa do surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Graham pergunta a Kelly que desafios o Japão tem para ficar pronto para o surf nas Olimpíadas.
— Resolver o problema da radiação — responde Slater, direto — e garantir que tenhamos ondas para surfar. Não sei… Ele provavelmente não falarão sobre isso — continua, quase rindo.
— Mas é uma realidade, e na verdade não é algo pra se dar risada. Os índices de câncer no país decolaram e eles não estão falando isso para as pessoas. Alguns amigos meus me disseram, amigos que viviam lá e que agora se mudaram por causa disso — diz Kelly na sequência.
Ele ainda menciona a matança e a captura de golfinhos e baleias para serem vendidos para parques aquáticos como outra questão que considera preocupante no país.
Em 2018, surfistas locais voltaram a surfar regularmente em Fukushima, como mostra este mini-documentário. Segundo eles, a radiação na água, no ar e na areia já havia se estabilizado em níveis iguais aos de antes da catástrofe nuclear.
Kelly fala apenas brevemente sobre o assunto e acaba não citando fontes oficiais além de “seus amigos”. E, apesar da preocupação demonstrada na conversa com Bensinger, o próprio Slater competiu no Japão, em setembro deste ano, durante os jogos da ISA.
No restante da entrevista, ele comenta o que lhe parece ser uma injustiça do processo de seleção dos atletas para o surf nos Jogos: a limitação de dois atletas por país. E o exemplo que ele usa é justamente o Brasil, que têm três surfistas no atual Top 4, Filipe Toledo, Italo Ferreira e Gabriel Medina. Um deles ficará de fora, mesmo sendo melhor que 90% dos surfistas da própria elite mundial do esporte.
Assista à entrevista abaixo: