Etapa de 3 mil pontos em Maresias some do calendário do QS. Por falta de verba, campeonato teria sido adiado para julho de 2020
Por Fernando Guimarães
Em novembro do ano passado, boa parte dos tops brasleiros do CT e praticamente todos os do QS estavam em Maresias para a disputa do Red Nose Pro, etapa de 3 mil pontos do QS.
O evento contou com três dias de sol seguidos em pleno feriado e condições constantes — senão os canudos que fazem Marecas famosa Brasil afora, sempre boas rampas de até um metro para todo tipo de surf progressivo.
Como as coisas foram se alinhando no último dia, a grande expectativa era de uma final entre os irmãos Pupo. Os dois locais estavam quebrando, e em lados opostos da chave.
Os dois acabaram barrados na semi, por dois atletas da elite mundial: Yago Dora e Jessé Mendes.
Jessé vinha numa crescente na competição, subindo aos poucos o nível de seu surf conforme ia avançando. Na final, fazia sua melhor apresentação, com um surf muito arisco nas sessões verticais do meio da praia.
Ele ficou na frente quase a bateria toda, mas no final Yago fez sua mágica. Descobriu uma rampa no inside e começou a completar os aéreos. A virada veio nos últimos minutos e o catarinense foi o grande campeão, mas os dois terminaram o campeonato com sorriso de orelha a orelha.
O campeonato já havia sido um seis estrelas, em outros tempos, e até mesmo um prime, o equivalente ao 10 mil pontos — que ele também foi.
Nos últimos anos, a capacidade de investimento foi diminuindo, levando junto os pontos e o dinheiro do campeonato. Mas uma etapa de 3 mil pontos em solo nacional, com toda a galera amiga e o astral que só um campeonato no Brasil tem, ainda era irado demais. Não tinha como não curtir.
Em 2019, entretanto, a situação chegou no limite e a etapa de Maresias não vai mais acontecer. Segundo o Globoesporte.com, o que houve foi um “adiamento” — o campeonato deve rolar em julho de 2020.
Ao final da etapa do ano passado, os organizadores tomaram o microfone durante a premiação para anunciar aos quatro ventos que o plano para 2019 era fazer uma etapa de 10 mil pontos.
Esperamos que a distância entre esses planos e a realidade não seja tão grande no ano que vem — o surf brasileiro precisa de eventos como esse. Quando um campeonato internacional some do calendário daqui, todo mundo perde.