Trezentos e sessenta e dois: esse é o total de animais marinhos que apareceram mortos em praias do Litoral Sul de São Paulo apenas nestes primeiros treze dias de agosto de 2018. A grande maioria – 212 pinguins-de-Magalhães – apareceu em Ilha Comprida, onde, no mesmo período do mês de agosto, apenas três animais mortos apareceram na praia.
“A maior parte deles [pinguins] teve interação com a pesca, ou seja, ficaram presos em redes de pesca. Conseguimos ver várias lesões e machucados nas nadadeiras que indicam isso”, explica Arícia Benvenuto, médica veterinária do IPeC (Instituto de Pesquisas de Cananéia), em entrevista à rede de televisão TV Tribuna.
“Mas esse foi um problema secundário, todos eles já estavam debilitados antes”, continua Benvenuto, que integra o grupo que está tentando entender a causa do fenômeno. Uma das hipóteses levantada pelos especialistas tem a ver com a idade dos pinguins – a maioria dos animais encontrados ainda não havia chegado à idade adulta.
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Segundo Arícia, pode acontecer de esses animais mais jovens do grupo se perderem durante movimentos de migração, como os que acontecem todos os invernos. Desorientados e com dificuldades para se alimentar, eles ficam mais vulneráveis.
Apesar do grande número de animais mortos, alguns foram encontrados ainda com vida, embora muito debilitados. O IPeC está recolhendo estes animais, que passarão por um processo de recuperação antes de serem devolvidos ao oceano.
São seis tartarugas verdes e mais alguns pinguins, que estão descansando antes de voltarem a ter contato com a água em tanques nos laboratórios do IPeC. A ideia é recuperá-los para que voltem ao seu habitat natural o mais rapidamente possível.
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Texto: Redação HC
Imagens: Divulgação/IPeC