Desde o início dessa semana, histórias e imagens incríveis do maior swell deque se tem notícia nos últimos anos na Indonésia não param de aparecer. Desta vez, é a fotógrafa australiana Fran Miller que traz relatos de terror da última quinta (25) em Uluwatu, Bali, num dia que as ondas chegaram aos 30 pés de face. São duas histórias, que nós tomamos a liberdade de traduzir.
A identidade do primeiro surfista ainda é desconhecida.
“Ele remou forte mas não conseguiu entrar em uma onda da série em Temples. Quando ele virou para retornar ao point, uma onda de 30 pés surgiu do mar e, com medo de morrer por ser pego no inside, ele abandonou sua prancha e mergulhou o mais fundo que pode. Ele emergiu depois de um tempo que pareceu uma eternidade, mas sua prancha já estava perdida. Depois de mergulhar por baixo de mais dez ondas da série, ele corajosamente nadou para o alto mar e descansou um pouco já em águas profundas, negando a ajuda de dois surfistas que remaram até ele antes de ser levado pela correnteza até onde eu já não podia mais vê-lo. Esta foto [abaixo] era a na quinta da série, e você pode ver suas pernas, no canto inferior esquerdo, para ter uma perspectiva do tamanho da onda”, contou Miller.
Mais tarde, ela descobriu que ele estava vivo. Mas acreditava que um outro surfista não tinha tido a mesma sorte.
“Ele sobreviveu. Salvou sua própria vida. Infelizmente, acho que vamos ouvir más notícias de um outro surfista que não subiu depois de tomar duas ondas direto embaixo da água”, comentou a fotógrafa. No dia seguinte, ela descobriu o final da história – e também contou-a desde o começo.
“Isaac, de Amsterdam, era o único surfista ainda dentro da água depois que o sol se pôs e um dos maiores dias surfáveis já registrados na história de Uluwatu. Enquanto tentava freneticamente chegar à praia já no escuro, as séries implacáveis o tomaram e separaram de sua prancha de bodyboard. Algumas pessoas ainda o viram subir duas vezes à superfície [foto de capa], antes de se perder de vez na noite. Mais tarde, alguns locais acharam sua prancha nas cavernas de Uluwatu, sem nenhum sinal de vida dele. Desconhecido de todos que viam a cena e temiam por sua vida, na completa escuridão da noite e depois de oito horas lidando com séries de mais de 20 pés, Isaac foi varrido para os corais de Bingin, em choque e desorientado, mas vivo. ‘Preciso dormir. Achei que ia morrer'”
Ao que tudo indica, a mega ondulação no Oceano Índico ainda vai trazer muitas histórias – talvez algumas como essas, e certamente algumas mais felizes.
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Imagem de capa: Fran Miller/Reprodução Instagram