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Cancelamento de Margaret River por ameaça de tubarão divide opiniões – qual a sua?

A WSL tomou uma decisão histórica ao cancelar o Margaret River Pro no round 3 masculino e nas quartas de final femininas devido à ameaça de ataques de tubarão.

O campeonato de Margaret River entrou para o calendário da elite do surf mundial apenas em 2014, mas acontece anualmente desde 1985 e é um dos mais tradicionais do circuito.

Entretanto, embora a presença de tubarões nas águas do oeste australiano não seja nenhuma novidade, não houve registro de ataques a competidores ou a outra pessoa envolvida com o campeonato em nenhuma das 33 edições anteriores do evento.

Além da final do campeonato de Jeffreys Bay de 2015, quando foi declarado um empate entre Mick Fanning e Julian Wilson, nunca um campeonato do circuito mundial havia sido cancelado devido à preocupação com ataques de tubarão.

As movimentações de bastidores que levaram à tomada dessa decisão não são claras (assim como em grande parte das decisões da WSL). Mas é certo que as manifestações públicas de Ítalo Ferreira e Gabriel Medina, respectivamente o atual líder do ranking e o campeão mundial de 2014 (e surfista mais midiático do mundo desde então), tiveram forte peso nisso.

 
No round 1, alguma criatura esteve muito perto do atual bicampeão mundial, John John Florence. Tubarão?

A decisão abre então dois precedentes: primeiro, do cancelamento de etapas devido à ameaça de ataques de tubarão, a despeito de todo o aparato de segurança disponível e empregado, como radares, drones de monitoramento e jet-skis auxiliares.

Vale destacar, nesse ponto, que esse aparato não fica disponível para o surf no local das etapas fora das baterias — para deixar mais didático: nas sessões de treinos.

O segundo precedente é o da pressão pública de atletas sobre a entidade. As manifestações e aparições na mídia dos surfistas do circuito vinham sendo rigidamente controladas e eram um dos pilares da nova organização do tour desde sua mudança de ASP para WSL. O apelo dos dois brasileiros por questões de segurança não poderia ser ignorado pela entidade, e uma punição a essas declarações sem dúvida teria resultados mais negativos.

Pode-se dizer que a WSL sai do oeste da Austrália com dois problemas que não estavam em seu planejamento.

Filipe Toledo manifestou apoio à decisão da WSL pelo cancelamento ( @filipetoledo )

OPINIÕES DIVIDIDAS

O efeito internet caiu sobre a decisão, como tudo que acontece atualmente. Guerras de comentários com os mais variados tons de cordialidade ou agressividade estão acontecendo neste momento em diversos lugares: nos posts dos atletas, na área de comentários da WSL e até mesmo no nosso post no Instagram.

Enquanto boa parte apoia a decisão da entidade pelos motivos expostos por Ítalo e Gabriel (e pela própria WSL, mais tarde), muitos criticaram tanto o cancelamento quanto o posicionamento dos atletas, com diversos argumentos.

Selecionamos alguns comentários que ilustram alguns dos pontos de vista mais diferentes:

O que foi diferente dessa vez? Bem, há carcaças de baleias encalhadas na região que estão atraindo tubarões brancos, o que está evidenciado pelos dois ataques recentes e pelas inúmeras vezes que avistaram tubarões nos últimos dias. Você ainda assim quer mandar os filhos e filhas dos outros para a água?” – Comentário traduzido do inglês sobre o comunicado da WSL, respondendo sobre diferença entre este evento e o de Jeffreys Bay em 2015.

Será que se sentem mais seguros nas ruas do Brasil? Não vejo tanto gringo chorando porque tem que ir pro Rio onde a chance de morrer é muito maior do que num ataque de tubarão na Austrália! […] Será que essa entidade deve expor seus atletas à chance de morrer com um tiro no Rio? Dêem uma pesquisada nos números… vê quem tem mais chances de morrer! Tubarão na Austrália ou balas no Brasil?” – @rickbasfra

Na minha opinião essa onda nem vale essa situação, essa marola nem tem qualidade para sediar uma etapa da WSL. Onda embolada, o lip não quebra com qualidade. Sem tubarão já acho um desperdício enorme realizar esse evento. Imagina com risco de ataque” – @leal_surf

“Deveriam terminar essa etapa no Hawaii em ondas de um bom tamanho. Só Teahupoo e Pipe tem ondas maiores [que as de Margaret] no circuito e isso é uma piada. Era o único lugar que aguenta ondas grandes. […] O melhor surfista, homem ou mulher, deveria ser alguém que consegue surfar bem em ondas de todos os tamanhos mas parece que a WSL tem sua própria agenda” – Comentário no comunicado da WSL sobre o que fazer com o restante do evento.

Pode tirar todas as etapas da Austrália, pode tirar da África do Sul, Hawaii e quem sabe fazer só campeonato na piscina do Kelly de agora em diante” – @oscar_guiss

Com toda tecnologia atual, não conseguem monitorar os tubarões numa área pequena como um pico de surf? Se tirarem etapas onde há riscos diversos não sobram muitas opções. A real é que os tubarões habitam o imaginário desde sempre” – @fabriciolomba

E VOCÊ? Qual a sua opinião? Tubarão faz parte? Segurança em primeiro lugar? Surf só em piscina? Deixe aqui seu comentário.

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