Velório de Ricardinho dos Santos na Guarda do Embaú. Foto: Larissa Vier / RBS TV
O tiro que atingiu as costas do surfista catarinense Ricardo dos Santos pode agravar a situação do policial suspeito do crime, tipificado pela Polícia Civil como homicídio doloso qualificado. Segundo a Polícia Militar, o resultado do laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML), divulgado na tarde desta quarta-feira (21), pode descaracterizar a versão dada pelo soldado, de legítima defesa.
Segundo o IML, o surfista foi atingido por duas balas, e não três, como se suspeitava inicialmente, pois o corpo apresentava três perfurações. Um dos projéteis atingiu o lado esquerdo do corpo, atravessou e saiu pelo lado direito, perfurando órgãos internos. O outro tiro acertou as costas e a bala ficou alojada na vértebra lombar.
O policial militar Luis Paulo Mota Brentano, de 25 anos, que confessou ter feito os disparos, foi preso em flagrante e está detido em uma sala especial do 8º Batalhão da PM, em Joinville, no Norte do estado, onde ele trabalha desde 2008. O advogado dele, Gilson Schelbauer, disse que, até as 18h30 desta quarta (21), não havia sido informado sobre o laudo, mas mantém o argumento de legítima defesa, que, segundo ele, independe da posição em que os dois estavam.
Ricardinho, como era conhecido, tinha 24 anos e foi atingido na região entre o tórax e o abdômen, na manhã da última segunda (19) após um desentendimento com o policial, que estava acompanhado do irmão, menor de idade. O crime ocorreu na frente da casa do atleta, na Guarda do Embaú, município de Palhoça, na Grande Florianópolis.
O jovem passou por quatro cirurgias, três delas na segunda (19), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no início da tarde de terça (20) no Hospital Regional de São José, também na Grande Florianópolis. O rapaz foi enterrado nesta quarta (21), em Paulo Lopes, cidade vizinha.
Laudo
Conforme o gerente do IML, Marcos Aurélio Lima, baço, pâncreas, fígado e intestino foram lesionados pelas perfurações. O laudo cadavérico indica ainda que a veia cava, a de maior fluxo sanguíneo do corpo, foi atravessada por um projétil.
O laudo cadavérico não confirma como ocorreu a sequência de tiros. O IML informou que, pelas marcas, as balas foram disparadas de uma distância superior a 60 centímetros. O órgão esclarece que, somente com outros exames, será possível precisar a distância em que o tiro foi feito e se a bala é compatível com a arma do policial suspeito.
*Fonte: Globo.com
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