No último sábado, 22 de setembro, completaram-se 18 anos de um dos momentos mais memoráveis da história do surfe em Mundaka, na Espanha. Foi em 2006, durante o Championship Tour da ASP, quando alguns dos maiores nomes do esporte, como Kelly Slater, Andy Irons, Mick Fanning, Joel Parkinson, Taj Burrow e Mark Occhilupo, enfrentaram condições épicas que até hoje são lembradas como o maior espetáculo na mágica direita espanhola já registrado em vídeo.
O dia histórico aconteceu quando os surfistas fugiram dos ventos desfavoráveis do evento na França e se dirigiram ao sul, em busca de uma rara combinação de swell, banco de areia e maré perfeita em Mundaka. Os locais ainda consideram aquele dia como um dos melhores já vistos na famosa bancada de areia, que produz longos tubos com características únicas.
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A marca francesa de roupas de surfe, Oxbow, acaba de lançar um vídeo detalhado que revisita essa sessão lendária, dirigido por Jon Aspuru. O vídeo inclui entrevistas com surfistas locais que discutem a importância cultural e individual das ondas de Mundaka, além de explorarem as origens do surfe na região e a mecânica por trás desse fenômeno natural tão imprevisível.
Tony Butt, surfista e oceanógrafo, explicou que as sessões em Mundaka começam cerca de meia hora após a maré mais baixa e terminam na maré intermediária, dependendo do tamanho das ondas. “Há uma janela de três horas, e é nesse momento que todo mundo aparece ao mesmo tempo”, disse Butt.
E foi exatamente o que aconteceu em 2006. Com tubos longos e perfeitos esculpidos pela areia, Mundaka foi tomada por uma multidão de surfistas locais famintos por ondas e pelos gigantes do circuito internacional. A tensão no line-up era nítida, como lembrou a lenda do surfe do País Basco, Kepo Acero: “A tensão aumenta. Porque o cara que entrou na onda começa a jogar o mesmo jogo. E o céu vira o inferno ao mesmo tempo. De repente, você se pega desejando que seu amigo caia. É uma loucura, traz o pior de você”.
Para o público, a batalha pelas ondas foi um verdadeiro espetáculo, uma “clínica” de tubos ao mais alto nível, mesmo que algumas ondas tenham sido divididas involuntariamente entre os surfistas. “É como se você estivesse jogando a final da Copa do Mundo ao lado de Messi e Ronaldo”, comparou o surfista local Guillermo Lekunberri. “Você está tão perto deles que consegue ver cada respiração, cada gesto e movimento que fazem nas pranchas. Isso é algo que não acontece em outros esportes”.
Será que Mundaka verá um dia como esse novamente? Só a natureza pode dizer. Mas por hora, confira essas imagens e “sorria porque aconteceu”.
Fonte: Surfer.com
