Em notícias destacadas na mídia de surf californiana, surfistas do mundo todo ficaram sabendo que a propriedade que abriga a sede da World Surf League (WSL), no coração de Santa Monica, está à venda por mais de 14 milhões de dólares, alimentando rumores e questionamentos sobre o futuro da entidade. Ainda que não esteja claro se a propriedade pertence ou não à WSL, a notícia levanta questões sobre as finanças da liga e a possibilidade de mudanças na maneira controversa como ela vem gerindo o surf profissional em âmbito mundial.
A informação veiculada veio de um anúncio da Beitler, uma imobiliária de Los Angeles, e fotos que mostram uma placa de ‘vende-se’ na sede da empresa. Questionada pelo site Surfermag.com, a WSL respondeu que realmente está de mudança, para uma nova sede em South Bay, Los Angeles, e que se trata apenas de uma transição para um espaço recém-renovado.
No entanto, a falta de detalhes sobre a nova localização e a venda da propriedade atual levantaram suspeitas e especulações, inclusive de que a WSL poderia estar em processo de venda.
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Problemas financeiros ou novos rumos?
Não é novidade para ninguém que o Circuito Mundial de Surf é um negócio que tem fechado no vermelho desde sempre. Ano após ano, as gestões tentam mexer os mais diversos pauzinhos para tornar a empreitada numa atividade lucrativa. Desde os tempos da ASP, os problemas financeiros são recorrentes, e a história não mudou com a chegada da WSL – mesmo com a ascensão mundial da popularidade do surf.
Nesse ano, inclusive, a entidade esteve envolvida em diversas polêmicas e foi duramente criticada por surfistas e fãs do esporte. Os motivos foram diversos: desde o novo formato do Tour, com o mal recebido corte no meio do ano e a injusta WSL Finals em Trestles, passando por julgamentos controversos, como o da etapa do Surf Ranch, que resultou em protestos dos principais surfistas brasileiros, incluindo Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira.
Além disso, a qualidade das ondas na maioria das etapas esse ano decepcionou os competidores e o público. Não que isso seja culpa da WSL, que obviamente não tem como controlar a mãe natureza, mas certamente não ajudou em nada para melhorar o clima pesado. O ponto é que 2023 não foi um ano verdadeiramente emocionante para quem quer ver os melhores surfistas do mundo nas melhores ondas do mundo.
Em meio às polêmicas que não chegam ao fim, não tem como deixar de lembrar que a entidade também demitiu o seu CEO, Eric “Elo” Logan, de forma inexplicada, o que adicionou ainda mais mistério aos bastidores da liga.
A resposta da WSL
A WSL negou categoricamente problemas financeiros e alegou que a mudança para a nova sede é apenas uma questão de logística. Um porta-voz afirmou: “A WSL está relocando sua sede para um espaço recém-renovado no South Bay. A transição já começou, e o novo espaço deverá estar pronto até o final de novembro.”
Apesar da declaração oficial, a falta de anúncio sobre quem será o novo CEO e a ausência de transparência na comunicação com competidores e público deixam muitas perguntas sem resposta.
Enquanto o calendário recém-anunciado não indica mudanças significativas, a comunidade do surf segue pedindo uma abordagem mais justa e clara por parte da WSL. Independentemente de onde será a sede, o anseio por uma liderança mais comprometida com o esporte, com os surfistas profissionais e com os fãs permanece evidente.