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sábado, 16 março, 2024
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Uluwatu, dia 1: a montanha-russa de Ítalo Ferreira

Ítalo Ferreira vai defender a camisa amarela no restante da etapa de Uluwatu de cima do cliff, assistindo às baterias de seus rivais e torcendo para que eles não avancem. Ele perdeu para Michael Rodrigues na manhã desta sexta (8), quando foram realizadas nove das doze baterias remanescentes da terceira rodada do Margaret River Pro em ondas de três a cinco pés em Uluwatu.

Gabriel Medina precisa vencer o campeonato para ultrapassar o atual líder, e Julian Wilson precisa chegar à semi. Filipe Toledo toma a camisa amarela se avançar até as quartas. Gabriel e Julian venceram suas baterias, contra os convidados Jack Robinson e Kael Walsh, respectivamente. Filipe, na décima bateria, não entrou na água ainda.

Se Ítalo não continua no campeonato, suas marcas seguem vivas. Os surfistas de backside tiveram mais facilidade de colocar as manobras na sessão correta, e foram em geral melhor avaliados. Isso não aconteceria sem o precedente do estrago feito pelo potiguar em Bells e Keramas. 

O melhor imitador de Ítalo no dia foi Michel Rodrigues, ironicamente na bateria em que eliminou o líder, com a segunda melhor nota da rodada até agora. Kolohe Andino e Jordy Smith, ainda que balançando um pouco mais a prancha, também fizeram sua parte.

De frontside, os melhores foram Owen Wright e Jessé Mendes. 

Owen abriu o dia contra Keanu Asing e fez o favor de mostrar aos demais competidores que os tubinhos apertados que estavam rolando não iam valer nada sem uma boa sequência de manobras depois. E foi assim que tirou sua nota mais alta e eliminou o havaiano.

Jessé Mendes surfou contra Kolohe Andino e foi o único goofy que chegou na casa dos 14 pontos. Para seu azar, o local de San Clemente estava em uma manhã inspirada. Mendes virou no último minuto, mas tomou a desvirada logo na segunda da série.

Na última bateria do dia, Adriano de Souza cometeu um erro crucial em sua última onda. Depois de fazer uma manobra forte e variar um pouco o ataque até a chegada da onda ao inside, em vez de fazer o bottom turn para mirar a sessão intermediária, Mineiro subiu para tentar acelerar num highline até a última sessão. Na parte alta da parede, ele perdeu a chance de atacar um ponto crítico da onda, e teve que atravessar a sessão na frente da espuma. Conseguiu finalizar a onda, mas a nota que precisava estava ali na sessão desperdiçada.

No decorrer do duelo, Willian Cardoso já havia feito sua parte. Foi mais um que emulou Ítalo Ferreira em sua melhor onda – que poderia até ter recebido uns pontinhos a mais – e se beneficiou do erro de Adriano para chegar, pela segunda vez seguida, aos doze melhores.

Próxima parada: Jeffreys Bay. Mas com ou sem camisa amarela?

Em 2016, Matt Wilkinson começou o ano com duas vitórias consecutivas. Em 2015, Filipe Toledo venceu duas das primeiras quatro etapas, assim como Michel Bourez em 2014 e Kelly Slater em 2013. Além do par de vitórias na abertura do circuito, eles têm o comum o fato de terminarem, cada um em seu ano, sem o título mundial.

Assim como eles, Ítalo começa o ano alternando duas vitórias com três resultados muito ruins. A diferença, para sua sorte, é que neste ano os primeiros lugares valem mais. Em menos de um mês, Ítalo estará em J-Bay, onde vai testar seu backside em uma onda mais rápida e mais difícil que Bells e Keramas. Lá, terá a chance de – ou melhor, será forçado a – apontar o grupo que deseja fazer parte: Wilko, Filipe e Spartan ou Mick, Adriano e Medina.

Resultados do Uluwatu CT (continuação do Margaret River Pro)

1: Owen Wright (AUS) 13.43 def. Keanu Asing (HAW) 10.43  
2: Kolohe Andino (USA) 14.47 def. Jesse Mendes (BRA) 14.33  
3: Jordy Smith (ZAF) 15.33 def. Michael February (ZAF) 7.26  
4: Michael Rodrigues (BRA) 14.77 def. Italo Ferreira (BRA) 12.93  
5: Conner Coffin (USA) 14.77 def. Sebastian Zietz (HAW) 9.16  
6: Julian Wilson (AUS) 8.34 def. Kael Walsh (AUS) 7.27  
7: Gabriel Medina (BRA) 10.50 def. Jack Robinson (AUS) 4.20  
8: Connor O’Leary (AUS) 11.06 def. Michel Bourez (PYF) 9.04  
9: Willian Cardoso (BRA) 13.00 def. Adriano de Souza (BRA) 12.37

Baterias pendentes:
10: 
Filipe Toledo vs. Yago Dora

11: Joel Parkinson vs. Joan Duru

Baterias do R4
1: 
Owen Wright, Kolohe Andino, Jordy Smith

2: Julian Wilson, Michael Rodrigues, Conner Coffin
3: Gabriel Medina, Connor O’Leary, Willian Cardoso
4: Mickey Wright, v. R3-10, v. R3-11

Quartas de final – feminino
1: Carissa Moore (HAW) vs. Tatiana Weston-Webb (BRA)
2: Stephanie Gilmore (AUS) vs. Bronte Macaulay (AUS)
3: Nikki Van Dijk (AUS) vs. Johanne Defay (FRA)
4: Tyler Wright (AUS) vs. Lakey Peterson (USA) 

Michael Rodrigues ingressou na elite cercado de desconfianças: é bom de tubo? Domina um surf de linha? Consegue assustar de backside? Aos poucos, o cearense vai respondendo – positivamente – a todas essas dúvidas. Cada vez mais candidato a Novato do Ano (Rookie of the Year pra quem só fala inglês).
É visível como a confiança muda o surf de um competidor. Como havíamos previsto, Willian Cardoso embalou depois do bom resultado em Keramas.
Como no R4 em Keramas, Medina chegou perto de um high score, mas caiu na finalização. Para sua sorte, Jack Robinson não é rival à altura. Com a subida do mar no final de semana, as coisas tendem a melhorar para o campeão mundial de 2014.

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