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Tóquio 2021: Qualidade das ondas olímpicas preocupa surfistas

A tão esperada estreia do surfe nas Olimpíadas de Tóquio mostrará o esporte para um público de milhões pessoas – muitas, assistindo pela primeira vez.

Mas as ondas típicas de verão no local da Praia de Tsurigasaki – pequenas, curtas e sem força – deixaram alguns competidores e fãs se perguntando se isso não poderá ser prejudicial ao espetáculo, outros questionam se o uso de tecnologia de piscina de ondas artificiais poderia ter sido uma aposta melhor para os jogos olímpicos.

As piscinas de onda, usando uma variedade de sistemas mecânicos para criar ondas quase idênticas e perfeitas sob demanda, não são uma novidade, porém, nos últimos anos deram um grande salto qualitativo e agora fazem parte do tour profissional do surfe.

A heptacampeã mundial Stephanie Gilmore disse que gostou da ideia de uma piscina de ondas para as Olimpíadas, onde a competição só acontecerá a cada quatro anos e nem todos terão a mesma chance de surfar as melhores ondas em suas baterias. “Uma piscina de ondas faria com que tivéssemos as mesmas oportunidades que os outros e isso se resumia ao seu desempenho na onda e é isso”, declarou a surfista, que representará a Austrália nos Jogos.

Tóquio 2021
Praia de Tsurigasaki, palco da estreia do surf nos jogos olímpicos de 2021. Foto: Reprodução
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Fernando Aguerre, presidente da International Surfing Association, disse que em 2015, quando o surf foi convidado a se candidatar aos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi informado pelos organizadores que a competição deveria ser disputada no oceano. “Isso estava bom para nós, porque naquela época, a maioria das tecnologias de hoje não existiam, então era na Idade da Pedra para o surf de ondas artificiais”, disse.

Aguerre explicou que uma longa pesquisa sobre ondas e ventos sugeriu que a praia de Tsurigasaki, também conhecida como praia de Shidashita, teria pelo menos alguns dias de surf decente durante a janela de competição de oito dias durante as Olimpíadas. “O local é conhecido por estar exposto às ondas certas para esta época do ano”, disse ele. “É muito consistente, já sediou competições internacionais, competições nacionais japonesas, então estamos muito confiantes”, acredita o dirigente.

Os surfistas que competem nos Jogos dizem que estão acostumados a lidar com uma variedade de condições e estão aprimorando suas habilidades em ondas pequenas.

“O mundo inteiro vai nos observar, é muito importante para o esporte e estou muito feliz de fazer parte disso”, disse o bicampeão mundial Gabriel Medina, um dos favoritos à medalha de ouro.

“Vai ser complicado porque as ondas no Japão são um pouco difíceis, por isso vai ser complicado. Mas se você quer ser o melhor, você tem que fazer tudo em quaisquer condições”, conclui Medina.

Apesar de seus pensamentos iniciais sobre a realização da competição olímpica em uma piscina de ondas, Gilmore disse que nada supera a magia do oceano: “Sei que o Japão tem belas praias e eles querem muito mostrar o surf em sua forma mais autêntica”.

Contudo, os surfistas que chegarem às Olimpíadas de 2024, terão um desafio muito diferente pela frente. A competição de surfe para os Jogos de Paris será realizada em Teahupo’o, um recife bonito, poderoso e assustadoramente raso na ilha francesa de Taiti que já sediou algumas das competições de surf mais espetaculares de todos os tempos.

“Nas Olimpíadas teremos surfistas de níveis diferentes, muitos amadores chegando, e para eles surfar em Teahupo’o pela primeira vez pode ser muito perigoso”, disse Gilmore. “Mas acho que muitos vão adorar, eles vão realmente aproveitar essa experiência.”

O surf olímpico terá sua estreia no dia 25 de julho de 2021.

 

 

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