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“Surfistas estão na vanguarda da proteção”, diz Adrian Kojin

Imagine que o ano é 1987, você está na Califórnia e inicia uma viagem sobre duas rodas de uma motocicleta com uma prancha nas costas e algumas mochilas sentido Brasil. Você não tem muito dinheiro. Você é surfista e portanto têm algo intrínseco a todo surfista: a alma viajante. Você também tem muita fé, afinal atravessará 14 países, muitos deles em polvorosa por conta turbulências sociais e políticas, como guerras civis e guerrilhas do narcotráfico. Ao longo do percurso, fará amigos e encontrará uma série de ondas perfeitas. Muito provavelmente, quebrando, sem ninguém. O acesso nem sempre será fácil, mas a recompensa será impagável. Lembrando que no caso de qualquer perrengue, não tem internet, nem celular ou orelhão… Tampouco, a não ser que você tenha muita sorte, algum hospital por perto. E, claro, nenhum cartão de crédito.

E aí, você partiria para essa jornada de 25 mil km pelas Américas?

O surfista e jornalista Adrian Kojin, Editor Especial da HARDCORE, completou essa viagem há 35 anos. E nesse ano de 2022, no dia 13 de agosto, deu largada à nova viagem refazendo o mesmo percurso pan-americano.

Surfistas: Alma Panamericana revisitada: 35 anos depois, Adrian Kojin refaz icônica viagem. Agora, como editor Especial HARDCORE. Saiba mais
Fotos da primeira viagem de Kojin, que se lançou em uma aventura de 25 mil km por 14 países, que mais tarde originaria o livro “Alma Panamericana”.

Um dos objetivos da nova viagem, é traçar o paralelo entre a trajetória pela Estrada Panamericana há 35 anos e atualmente, e assim dar vida ao documentário “Pan American Soul 2022”.

Para este documentário acontecer, Kojin lançou, pela primeira vez, uma campanha de crowdfunding independente. Ele quer arrecadar 20 mil dólares, usados ​​inicialmente para pagar despesas do projeto.

“Ao mesmo tempo, pretendo perseguir a história do surf nas Américas, sempre conectado às questões sociais e ambientais locais”, enfatiza Kojin.

 

“A partir dessa rede, conseguirei apresentar um documentário que informará as pessoas e irá inspirá-las a viajar de forma parecida; ou realizar qualquer viagem que queiram. Quando viajamos, aprendemos mais sobre os outros e sobre nós mesmos. Acredito que encorajar as pessoas a sair e explorar é uma maneira de ajudar a humanidade rumo a um futuro melhor”, exalta Kojin.

Desta vez, ao invés da motocicleta, Kojin atravessará os 14 países da rota original com uma minivan e utilizará uma bicicleta elétrica com rack de prancha acoplado na lateral para explorar os picos mais remotos.

 

Alma Panamericana, 2022
Acima o kit da nova aventura de Kojin pelas Américas, iniciada em 13 de agosto de 2022. 

 

Ele prevê uma viagem com duração de 8 a 9 meses, segundo ele, tempo necessário para cobrir a janela da possibilidades de ondas de excelência pelo caminho.

O orçamento é enxuto, o que para ele não é problema: “Com menos dinheiro, você tem mais aventura e interação com a população local, e é isso que procuro. Exatamente como aconteceu na viagem original em 1987”.

 

Alma-Panamericana, 1987.

 

Surfistas na vanguarda da proteção

Para Kojin, sua empreitada e o documentário são ferramentas para inspirar as pessoas a expandirem suas consciências de como podem agir enquanto na estrada. 

“Seja um viajante de surf, não um turista de surf,” entoa. Para ele, a forma como agimos ao viajar é fundamental para o desfecho da viagem.

Ele conta que sempre acreditou que surfistas, e aventureiros no geral, têm grande responsabilidade em ajudar a preservar o modo de vida e a cultura das comunidades locais com as quais interagem.

 

Montagem de fotos da viagem inicial de Alma-Panamericana.

 

“Os surfistas estão na vanguarda da proteção de muitos pontos ameaçados pelo superdesenvolvimento. Mas temos de olhar também para o outro lado da moeda. Seria cínico não admitir que, de certa forma, os surfistas foram os responsáveis ​​por abrir as estradas que levaram à popularização de lugares antes desconhecidos das massas. É praticamente impossível viajar sem deixar algum tipo de impacto.”

 

Surfista apaixonado e um dos mais renomados jornalistas especializados em surf do Brasil, Kojin foi diretor de redação da revista Fluir por dez anos; editor chefe da Surfer’s Journal Brasil; colaborador de revistas estrangeiras como as americanas Surfing e Water, e a francesa Trip Surf.

Escreveu artigos para diversos veículos como o jornal Folha de S.Paulo e as revistas Surfer, Venice, Duas Rodas e Próxima Viagem.

Visitou mais de trinta países, a maioria para surfar, sempre desbravando a cultura e as peculiaridades locais.

Sua jornada de Pan American Soul é partilhada nas redes sociais, incluindo bastidores da realização do documentário.

Acompanhe pelo @panamericansoul2022.

Clique aqui e apoie o projeto “Pan American Soul 2022”.

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