27 C
Papeete
sexta-feira, 26 julho, 2024
27 C
Papeete
sexta-feira, 26 julho, 2024

Surfistas da Califórnia assustados com leões marinhos doidões de ácido

Na vibrante cena do surf na Califórnia, uma situação incomum tem deixado não só surfistas, como toda comunidade que frequenta as praias, intrigados – e um tanto assustados. Leões-marinhos, conhecidos por sua natureza dócil e curiosa, têm apresentado um comportamento estranho e agressivo nas águas costeiras. A causa por trás dessa mudança de atitude? Algas tóxicas.

+ Um dos melhores surfistas brasileiros (ainda desconhecido)
+ Surfista australiana quer desbancar brasileira na disputa por maior onda

Essas algas tóxicas são responsáveis pela produção do ácido domóico, uma neurotoxina que se acumula nos corpos das presas menores consumidas pelos leões-marinhos. Durante a proliferação de algas maiores que o normal, como a Pseudo-nitzschia australis, essa neurotoxina é liberada e passa para o predador. Quando um leão-marinho consome sardinhas ou anchovas contaminadas, a toxina atinge seu cérebro e coração. Em condições normais, a toxina não está presente em níveis suficientemente altos para causar problemas, mas quando há uma grande quantidade no sistema do leão-marinho, podem ocorrer convulsões e insuficiência cardíaca.

As autoridades locais têm emitido alertas e orientações para garantir a segurança de todos. “Se você avistar um leão-marinho agindo de forma estranha, mantenha uma distância segura e evite qualquer interação”, advertem as autoridades. Essa medida é necessária, uma vez que alguns leões-marinhos afetados pela toxicidade do ácido domóico têm se tornado violentos ao serem abordados por humanos.

Relatos indicam que o fitoplâncton responsável pela produção da neurotoxina cresce melhor quando a ressurgência do oceano profundo traz mais nutrientes para a superfície. Esses nutrientes atuam como um fertilizante, impulsionando o florescimento das algas tóxicas. Acredita-se também que o fenômeno climático El Niño possa estar acelerando ainda mais essa proliferação, agravando a situação.

Nessa época do ano, os leões-marinhos costumam migrar para as Channel Islands, nas proximidades de Santa Barbara, para dar à luz seus filhotes. No entanto, este ano, essa jornada ao berçário coincidiu com a floração das algas tóxicas. Como resultado, as equipes de resgate de mamíferos marinhos estão recebendo até 300 relatórios por dia de leões-marinhos se comportando de maneira estranha. Infelizmente, mais de cem leões-marinhos e até mesmo alguns golfinhos foram encontrados mortos.

A toxicidade do ácido domóico pode se manifestar de várias maneiras. Segundo a California Marine Mammal Stranding Network, os sinais mais óbvios incluem desorientação, letargia, olhos esbugalhados, locomoção prejudicada, capacidade cognitiva debilitada, balançar e balançar ritmicamente a cabeça, movimentos incontroláveis ​​do corpo, convulsões de grande mal e falta de resposta.

É importante ressaltar que a toxicidade do ácido domóico também pode afetar seres humanos. Essa substância é a mesma responsável pelo Envenenamento Amnésico por Marisco, que pode ser adquirido ao consumir mariscos contaminados. Embora seja mais provável que o resultado seja uma experiência desagradável no banheiro, com episódios simultâneos de vômitos e diarreia, há casos registrados de paralisia e até morte.

Ou seja, se você pega onda na Califórnia ou está planejando uma surf trip por lá, esteja ciente da triste situação dos leões-marinhos. Mantenha distância e evite qualquer interação com animais alterados. É fundamental seguir as orientações das autoridades para garantir a sua segurança e preservar a saúde dos leões-marinhos e o equilíbrio do ecossistema costeiro.

Receba nossas Notícias no seu Email

Últimas Notícias