Richard Petterson Dias Barbosa, de 18 anos nasceu com uma amelia bilateral. A doença é congênita, e consiste na ausência dos membros superiores. Ainda assim, o estudante tem como paixão a prática de esportes: sem braços, o surfista venceu um torneio amador e quer se tornar profissional.
Em um mês treinando surf, ele conquistou o primeiro lugar na categoria júnior competindo contra contra atletas sem deficiência, em um campeonato amador de surfe, realizado no último sábado (22), em Itanhaém (SP).
Além do surfe Richard pratica capoeira, judô e jiu-jítsu. Nessa última modalidade, foi campeão sul-americano na categoria para paratletas em 2016. Como as competições pararam com a pandemia, ele migrou para o surfe exatamente para não ficar parado.
“Sou muito inquieto e não consigo ficar sem praticar um esporte. Com a pandemia as aulas de luta foram suspensas e passei a procurar outra modalidade. Foi aí que um amigo que é professor de surfe me chamou para tentar. No começo deu um pouco de medo, mas sempre gostei de encarar desafios”, contou Richard em entrevista ao UOL.
Travando batalhas insanas contra as adversidades – ele contou, por exemplo, que sua maior dificuldade no surfe era dropar – ele treina muito para superar cada desafio. Com a ajuda do surfista e professor da modalidade Carlos Eduardo Ribeiro, Richard trabalha principalmente o equilíbrio no momento em que precisa mudar de posição na prancha, de sentado para em pé.
A experiência em outros esportes ajudou: a boa movimentação corporal, adquirida com o jiu jítsu, colaborou com a adaptação na água. Hoje, ele usa uma prancha profissional, como a de qualquer outro surfista, sem qualquer adaptação, explicou o técnico. Mesmo sem braços, o surfista mostra evolução e muito potencial no surfe.
Empolgado com o título amador recém conquistado, Richard garante estar treinando forte para as próximas competições e já traçou a sua meta: quer se tornar surfista profissional .
