24.7 C
Suva
sexta-feira, 13 setembro, 2024
24.7 C
Suva
sexta-feira, 13 setembro, 2024

Surfista é preso por não exibir autorização de entrada em praia privatizada nos EUA

Um incidente ocorrido entre um surfista violentamente abordado e em seguida preso por forças policiais na praia de Belmar, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, está gerando revolta entre a comunidade do surf.

As imagens da abordagem truculenta viralizaram na internet e mostram o surfista, identificado como Liam Mahoney, sendo derrubado e imobilizado por três oficiais de forma bem agressiva, e em seguida preso. O motivo, sendo o site Stab , a fata de um distintivo de autorização de entrada na praia, que é privatizada.

Belmar, assim como muitas outras cidades costeiras de Nova Jersey que adotam o mesmo sistema, exige que todos os frequentadores da praia adquiram e exibam distintivos como parte de uma política de longa data para gerar receita para o balneário. Esses distintivos são obrigatórios para entrada nas praias das 9h às 17h durante a semana, e das 9h às 18h nos fins de semana e feriados. Um distintivo diário custa US$ 12, enquanto os sazonais estão disponíveis por US$ 80.

Segundo a Stab, a aplicação dessa norma varia entre as cidades do Nova Jersey. Em algumas, os surfistas podem atravessar a praia sem pagar, desde que permaneçam na água. Belmar, contudo, é rigorosa quanto ao cumprimento da regra do distintivo, utilizando verificadores sazonais e policiais para garantir a sua aplicação.

O incidente envolvendo Mahoney ocorreu quando ele tentou deixar a praia sem exibir o distintivo, que estava na bolsa de sua irmã. O policial Ryan Braswell, no entanto, não acreditou na explicação do surfista e, assumindo que ele teria invadindo a praia sem pagar, o deteve enquanto ele tentava sair. Esse momento foi capturado em vídeo (veja ao final da reportagem) e rapidamente se tornou viral, mostrando o policial derrubando o surfista, que ofereceu pouca resistência.

A política de distintivo de praia de Belmar, embora seja uma fonte de receita para o município, enfrenta críticas por ser excessivamente rígida e excludente. Muitos argumentam que a exigência dos distintivos cria barreiras econômicas, especialmente para famílias de baixa renda, que podem evitar a praia durante os horários em que o acesso é cobrado. Isso pode levar a riscos, pois muitos desses banhistas entram na água após a saída dos salva-vidas, resultando em um aumento de afogamentos. Esse cenário levou à criação da Equipe de Resgate Aquático de Belmar, uma organização independente que atua fora do horário de patrulha e já salvou várias vidas. Vale lembrar que a PEC 03/2022, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, conhecida popularmente como “PEC da Cancún brasileira”, poderá abrir precedentes para que situações como essa ocorram em praias brasileiras.

No caso de Belmar, a comunidade de surf local se uniu em apoio a Mahoney, que está buscando assessoria jurídica para processar autoridades policiais pela abordagem violenta. Já o acesso à praia, permanece restrito a maior parte do dia a quem pode pagar.

Receba nossas Notícias no seu Email

Últimas Notícias