As competições de surf nas Olimpíadas de Paris 2024 estão sendo realizadas em Teahupo’o, no Taiti, uma das ondas mais temidas e perigosas do mundo. Na última segunda-feira (29) o famoso e assustador tubo “quadrado” quebrou sobre a rasa e afiada bancada de corais, tornando o mar ainda mais desafiador.
Após a conclusão da terceira rodada do surf masculino, a competição foi paralisada devido às condições pesadas e o vento. A primeira bateria da terceira fase do feminino, que colocaria a americana Caroline Marks contra a chinesa Siqi Yang, chegou a ser anunciada, mas foi cancelada pela organização.
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Com isso, a possibilidade de realizar a maior competição de surf feminino de todos os tempos ficou apenas no campo da especulação. Com nomes consagrados como Carissa Moore, Caitlin Simmers e Tatiana Weston-Webb entre as competidoras, poderíamos ter testemunhado momentos históricos. No entanto, as consequências de uma participação, naquelas condições de mar, de atletas menos experientes, como a israelense Lelior Anat ou a jovem chinesa Siqi Yang, por exemplo, poderiam ter sito gravíssimas. A prudência prevaleceu.
Mas, com essa decisão, também se perdeu a oportunidade da desconstrução de estereótipos do surf, onde ainda persiste o preconceito de que as mulheres não são capazes de enfrentar condições extremas como as de Teahupo’o – Ainda que temos visto ao longo dos anos mulheres desafiando essas normas e se destacando em ondas grandes, inclusive em Teahup’o, como é o caso de Keala Kennelly, por exemplo, que surfou lá algumas das maiores ondas já surfadas por homens e mulheres.
Embora seja evidente que algumas competidoras possam não ter as credenciais para estar ali, fica um vazio por conta da sensação de que deixou-se passar uma oportunidade de retratação histórica.
O Brasil tem as três surfistas na disputa feminina: Tatiana Weston-Webb enfrenta Caitlin Simmers, dos EUA. Já Tainá Hinckel e Luana Silva se enfrentam por uma vaga nas quartas de final.
O cronograma completo com o horário local e baterias pode ser conferido no site da Federação Internacional de Surf. A competição pode ser acompanhada no na televisão pelo canal Sportv e, em flashes, na Tv Globo. A CazéTV está transmitindo as disputas de surf ao vivo através de seu canal no YouTube.