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Tops falam sobre o surf nas Olimpíadas

Está vendo o 3D acima? Um ginásio, ondas artificiais e perfeitas e torcida mundial. Em Tóquio, não haverá disputas em piscinas artificiais, mas a decisão do COI de incluir o surf nas Olimpíadas faz com que a imagem acima fique mais próxima da realidade do que o contrário. Crédito: WebberWavePools.com

 

Na última quarta-feira (3), o COI aprovou a inclusão do surf nos Jogos de Tóquio 2020. Além do surf, skate, karatê, beisebol/softball e escalada esportiva também foram incluídos.

Ainda não foi divulgado nada a respeito do formato da competição, mas sabe-se que dessa vez o evento passará longe das piscinas de ondas artificiais. A praia de Shidashita, em Chiba, no Japão, foi o local escolhido para realização das disputas.

Hardcore falou com Carlos Burle e Lucas Silveira para saber o que eles pensam sobre a decisão do COI. O campeão mundial Adriano de Souza e Filipe Toledo também manifestaram suas opiniões. Confira abaixo:


CARLOS BURLE: “NOSSO CAMINHO É O PROFISSIONALISMO”

Carlos Burle com a Tocha Olímpica em Maracaípe. Foto: Divulgação
Carlos Burle com a Tocha Olímpica em Maracaípe. Foto: Divulgação

“Acho muito positiva essa decisão. Tenho certeza de que será muito bom para o esporte, nosso caminho é o profissionalismo. Qualquer esporte quer ser reconhecido pelo Comite Olímpico e fazer parte das Olimpíadas. Vejo com bons olhos essa decisão de incluir o surf assim como o skate também, dois esportes que são jovens e têm grande influência junto à novas gerações, podendo fazer uma grande transformação social também, além do show que o esporte proporciona, performance, bem diferenciado dos esportes atuais,” conta Carlos Burle.

“Com relação à Chiba, entendo cada vez mais a proposta e a relação que a ISA (International Surf Association) está tendo com o Comitê Olímpico Internacional. A intenção é que o surf não vise apenas performance, mas traga seu estilo de vida para a cena Olímpica. A decisão de não fazer em uma piscina tem a ver com o legado deixado. As piscinas ainda são muito recentes e a gente não sabe ainda se vai dar certo, o investimento é alto e cada vez mais as pessoas estão preocupadas com isso. A gente não quer mais conquistar, agora a gente quer conquistar e ter um motivo que não seja só individual, e sim uma conquista que seja social, global. O surf entra com arte, música, culinária, estilo de vida, yoga, meditação, relação com a natureza e sustentabilidade. Isso é excelente, porque a gente sai da cena de ser considerado apenas como esporte e entra como estilo de vida; a preocupação vai além da medalha.”

“A praia de Chiba é uma onda que normalmente tem características parecidas com as ondas que os brasileiros estão acostumados, então, vejo com bons olhos. Estou achando excelente esse momento, estou muito feliz,” finalizou o big rider.


MINEIRO: “TEMOS GRANDES CHANCES DE SER OURO LÁ”

Adriano de Souza no momento histórico de sua carreira: o título de Pipe Master e o de campeão mundial. Foto: WSL
Adriano de Souza no momento histórico de sua carreira: o título de Pipe Master e o de campeão mundial. Foto: WSL

“Será incrível ver o surf nas Olimpíadas”, vibrou Adriano de Souza, que deseja estar lá nas Olimpíadas de 2020. “Será um privilégio ver o nosso país participando dos Jogos de Tokyo, principalmente a gente do surf, que hoje está em ascensão. Temos grandes chances de ser ouro lá, portanto, se eu não estiver na água competindo, vou estar na beira do mar torcendo para os brasileiros. Acho que vai ser um grande evento para nunca mais esquecer, então eu quero muito participar, ou na água ou na praia, quero estar lá em 2020”.

FILIPE TOLEDO: “VAI SER MUITO LEGAL PARA O ESPORTE”

Filipe Toledo, J-Bay, 2015. O brasileiro ainda busca seu título mundial e, agora, poderá buscar também a medalha Olímpica. Foto: WSL
Filipe Toledo, J-Bay, 2015. O brasileiro ainda busca seu título mundial e, agora, poderá buscar também a medalha Olímpica. Foto: WSL

“É muito legal saber que o surf está crescendo e vai fazer parte das Olimpíadas de 2020 no Japão”, aprovou Filipe Toledo, que é bem mais jovem do que Mineirinho e pode estar disputando medalha na próxima Olimpíada. “Vai ser muito legal para o esporte surf, legal também para as marcas e acho que vamos ter que trabalhar bastante agora para chegar lá, treinar muito mais, e isso vai ajudar a gente tanto no CT, como para melhorar nosso potencial para poder estar nas Olimpíadas de 2020”.

LUCAS SILVEIRA: “O SURF MERECIA ESTAR NOS JOGOS”

Lucas Silveira, Off The Wall. Foto: Henrique Pinguim
Lucas Silveira, Off The Wall. Foto: Henrique Pinguim

“O surf já é grande e sério o suficiente para ser um esporte Olímpico,” conta Lucas Silveira. “Merecia estar nos Jogos. Vai ser bom para o esporte. Tem muita gente que aponta vários lados negativos, mas acho que há mais lados positivos. Só acho que ele pode perder essência caso algum dia as disputas sejam realizadas em ondas artificiais. Tem o lado legal, toda onda vai ser igual e a performance mais justa, mas a essência do surf envolve a natureza. É mais uma arte, um jeito de viver, do que um esporte”, diz o big rider e surfista profissional.

“A primeira vai ser em Chiba. Teve uma etapa do QS lá nesse ano, as ondas são fracas, muito ruis mesmo, então, esse é o lado ruim. O surf vai ser um dos únicos esportes em que não há ginásio ou quadra. Será no mar e vai depender de como estiverem as ondas e não dá pra ficar remarcando bateria. Nesse caso, as ondas artificiais seriam interessantes, mas, como falei antes, elas vão contra a essência do que é o surf. Nunca surfei uma onda artificial, não sei como é, acho que deve ser uma experiência diferente.”

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