Surf nas Olimpíadas: Silvana Lima no Time Brasil

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* Foto: Pedro Fortes / Abertura Revista Hardcore #307 

Duas vezes vice-campeã mundial, quatro vezes campeã brasileira e oito vezes melhor surfista do Brasil, a cearense Silvana Lima integra o Time Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, que acontece de 23 de julho a 8 de agosto de 2021.

A surfista, natural de Paracuru, litoral oeste do Estado do Ceará, é uma das principais esperanças de medalhas do Brasil e, ao lado de Tatiana Weston-Webb, forma o time brasileiro feminino que faz sua olímpica no surf.

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A surfista, que está fora da elite do surf feminino (mais por conta das lesões que sofreu do que por falta de talento), está com 36 anos e após uma série de lesões, voltou à ativa em abril de 2019. Desde então, ela se dedica integralmente ao preparo para os Jogos de Tóquio.

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A infância

Filha caçula do cinco irmãos e única mulher, Silvana cresceu à beira-mar vendo sua mãe sustentar os filhos vendendo petiscos em um quiosque na praia.

Nessa época, seus irmãos surfavam com um sonrisal e quando eles estavam na escola, pegava a prancha escondida dos irmãos para se divertir.

A família morava no mesmo quiosque que a mãe vendia os petiscos e dormia em rede. Aos 13 anos, Silvana ganhou a sua primeira prancha de presente de um dos seus irmãos.

Até então, nunca havia pensado no surf como profissão até que, quando tinha 17 anos, surgiu a oportunidade de mudança: a ida para o Rio de Janeiro, graças à ajuda do shaper Udo Bastos, que, por intermédio de amigos em comum, garantiu que bancaria os custos de vida de Silvana.

A promessa era de que na medida que vencesse campeonatos, Silvana pagaria de volta o shaper. Nessa época, ela morava em um quarto com mais oito homens; eles subiram dois quartos na própria fábrica de pranchas para não arcar com aluguel.

As primeiras vitórias 

Em seu primeiro ano no Rio de Janeiro, ela foi correr uma competição para surfistas amadores em São Paulo. Venceu as duas etapas e com o prêmio – um carro Celta – comprou a primeira casa para a família.

A partir de então, Silvana passou a vencer mais competições e nesta sequência, surgiu o primeiro patrocínio – a marca Freesurf, de Florianópolis, no final de 2003. Depois veio a Mormaii e a Billabong.

Os baixos

Silvana sempre foi uma atleta de ponta com potencial para vencer título mundial, mas uma série de lesões a tiraram desse jogo.

Ela rompeu o ligamento cruzado anterior dos dois joelhos e operou pela primeira vez em 2006. Em 2011, se machucou duas vezes e perdeu o patrocínio da Billabong. Vender sua cobertura e um carro foi a solução para seguir no circuito circuito mundial.

Com esse dinheiro, a surfista conseguiu viajar para a Nova Zelândia e retornou à elite do surf mundial. Até que em 2018, teve mais uma lesão e voltou a competir apenas em abril de 2019, ano classificatório para as Olimpíadas.

O surfe foi a minha melhor escolha", diz Silvana Lima, cearense garantida nas Olimpíadas | paginas-azuis | OPOVO+

Silvana Lima entra para o Time Brasil 

Em 2019, se recuperando de lesão, pulou duas etapas da elite mundial e seguiu direto para Bali, com foco em se manter no páreo para as Olimpíadas. Foi na etapa de Maui, Havaí, que obteve sua classificação para as Olimpíadas. Na época, ela disse:

“Isso é realmente especial para mim e confesso que nunca imaginei que isso fosse acontecer; poder representar meu país numa Olimpíada e surfando, que é o meu esporte. Eu sempre pensava em um dia disputar os Jogos Olímpicos e, agora, esse sonho se tornou realidade. Estou muito feliz em poder ter a chance de fazer isso pelo meu país, pela minha família, meus patrocinadores. Eu estarei lá no Japão, Tokyo 2020.” 

CAPA HARDCORE #333

Em 2017, Silvana Lima foi capa da revista #333 da Hardcore, edição temática do surf feminino:

Na foto, de Léo Neves, Silvana entuba em Ipanema. Clique aqui e saiba mais sobre a edição.

“A idade não importa muito” 

Em 2016, ano que marcou o retorno da cearense à elite do surf, nós publicamos uma exclusiva com ela. Na ocasião, ela disse:

“A idade não importa muito. Mais importante é estar bem preparada; fisica e psicologicamente, com a prancha no pé. Vendo sob esse ponto de vista, a idade não faz diferença pra mim.”

A menos de um mês das Olimpíadas, e sendo a veterana desta seleta lista de 20 mulheres que pela primeira vez apresentarão o surf ao mundo, Silvana parece ter conquistado a oportunidade única de mostrar que a experiência e a vivência podem fazer a diferença.

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