Toda surfista que se tornou mãe (ou mãe que se tornou surfista) precisa adaptar-se a sua nova realidade para prosseguir com o surf.
A realidade é única para cada mãe e colocar a prancha embaixo do braço e sair para surfar nem sempre é a coisa mais simples a ser feita na nova rotina.
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Há um trilhão de coisas rolando na jornada da recém-mãe. E o surf, muitas vezes, pode se tornar quase que um luxo na rotina.
Fato que a jornada é única para um – família, criança, mãe e pai.
Tem um provérbio que diz que “É preciso uma vila inteira para criar uma criança”.
Ele nasceu na Nigéria, mas tem formas variadas em diversos países da África, e ganha força no mundo .
Na Tanzânia se diz que “Um só joelho não ampara uma criança”, e em regiões da África central e ao leste, há o ditado “Uma só mão não nina uma criança”.
São dizeres que dão a entender a importância do papel da comunidade na educação infantil.
Em países do continente africano, crianças passam longos períodos com avós, tios e tias. Os pequenos são considerados bênçãos divinas para toda a comunidade.
Partindo dessa perspectiva está a organização “Surfing Moms”, que usa o surfe como instrumento de união e cuidado com a saúde mental e holística das mães, no Havaí, e no mundo inteiro.
Esse grupo de mães usa maneiras inovadoras de superar as lutas pós-parto. Depressão, estresse, solidão e a infame “culpa da mãe” costumam fazer parte da vida de uma nova mãe.
Ajudando mães e outros cuidadores a voltar à água depois de ter filhos, a organização foi criada para “melhorar o bem-estar de todos”.
“Nossa missão é ajudar a melhorar a saúde mental, física e espiritual materna. Surfing Moms oferece cuidados com o surf, comunidade, apoio, diversão e tempo no mar. Como nossas irmãs na Austrália sempre disseram, uma mãe surfista é uma mãe feliz!,” escreve a organização em seu site.
Por meio de trocas de surf semanais, a “Surfing Moms” incentiva mães a perseguirem suas paixões pré-maternidade e a lembrar que antes de serem mães incríveis, já eram mulheres incríveis.
“As Surfing Moms compartilham mais do que apenas uma paixão pelo surf; também compartilham amor e responsabilidade pelos filhos uns dos outros, o que cria relacionamentos e laços para aumentar sua vila de apoio. As crianças também têm a chance de brincar com novos amigos e observar suas mães (e responsáveis) cuidando de si mesmas – uma lição inestimável!,” pontua a ONG em seu site.
Além dos grupos de assistência às mães e cuidadoras e cuidadores, a organização também faz ações de limpeza nas praias e saídas para remar.
“Nossa visão é replicar a Surfing Moms em todo o país (e no mundo!) para ajudarmos uns aos outros a cuidar de nós mesmos, de nossos filhos e de nossos oceanos,” especifica a organização.
Além dos encontros para celebrar o surfe compartilhado, a “Surfing Moms” também utiliza sua plataforma para trazer à tona saúde mental e os seus cuidados.
Em um post recente em seu Instagram (veja abaixo), a organização aborda a psicose pós-parto, por exemplo.
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“Renascer em uma mãe é uma jornada tão transformadora e as partes assustadoras e cruas não são comentadas o suficiente,” comenta uma das leitoras, Maria Wendt.
Qualquer pessoa pode iniciar um grupo junto à Surfing Moms.
Clique aqui e saiba mais sobre a organização.
Texto Alexandra Iarussi