Fabio Gouveia realiza pela 4ª vez Surf Camp em parceria com o hostel The Search House, em Florianópolis (SC) e a HARDCORE acompanha de perto
Por Marcela de Lima; fotos João Gabriel Marcondes
Éramos 9 participantes. O camp começou na quarta (24 de julho), mas já na terça à noite rolou um jantar de boas vindas com a presença do Fabinho. Aproveitamos para nos conhecer melhor, olhar a previsão e escolher onde seria nossa primeira queda.
A gigantesca Praia do Moçambique, com 14 quilômetros de extensão, foi o nosso primeiro destino. Pegamos o finalzinho de um swell histórico que entrou nas regiões sul e sudeste, provocando ondas enormes, como a Avalanche capixaba, que pode ser a maior já surfada no Brasil.
Apesar do frio, o dia estava lindo, com céu azul e poucas nuvens. Com certeza foi o dia que rendeu as melhores imagens, tanto pela qualidade das ondas, que chegavam a 1 metro e meio, quanto pela luz, que só um dia de sol proporciona.
Todos pegaram boas ondas, com destaques para o nosso convidado especial, o tri-campeão mundial de surf adaptado, Fellipe Kizu, que deu show no caiaque, dropando sempre as maiores da série, e o atual campeão capixaba sub-16 João Vitor Cypriano. Quem também quebrou a vala foi o atual campeão baiano sub-12, Esdras Morais, que a turma apelidou carinhosamente de super grommet. Mais que merecido.
Todos os 4 dias eram assim: às 6h da manhã cafezão reforçado no The Search House e em seguida partiu surf check! Durante o camp, além do Moçamba, surfamos na Praia Brava, Barra da Lagoa, Lagoinha do Leste e Rosa Sul. De noite, após o jantar, nos reuníamos para analisar as imagens, tomar uma cervejinha e relaxar.
A vibe no The Search é muito gostosa. O hostel “pé na areia” fica na Barra da Lagoa. Nos momentos “off” uns iam fazer uma segunda session, outros iam andar de skate na mini-rampa, fazer massagem ou dormir na rede. E rolavam também as clássicas partidas de pingue-pongue.
O rango era a melhor parte. Eu nunca vi um hostel servir uns pratos tão elaborados e gostosos. O cardápio era realmente diferenciado. Deu fome só de lembrar! E toda a equipe era muito atenciosa.
Agora, voltando ao surf, o dia da Lagoinha na minha opinião foi o mais divertido. Para chegar lá fizemos uma trilha de 45 minutos com um visual absurdo! O trecho era bem íngreme e com as pranchas debaixo do braço ficou ainda mais punk. A recompensa não poderia ser melhor: zero crowd, dia lindo e ondas de um metrão!
Saímos todos com a cabeça feita e as pernas doendo, claro. No dia seguinte, o último do camp, geral reclamava das dores na panturrilha. Mas nada que atrapalhasse nossa última queda, que foi na Rosa Sul, em Imbituba. Mesmo cansados, nos divertimos demais.
Para fechar com chave de ouro, aproveitamos que estávamos perto de Garopaba e fomos até a Praia da Ferrugem, onde estava rolando uma etapa do The Legends, que o Fabinho estava disputando. A cada manobra do fabuloso a gente vibrava da areia. Não sei se a gente o deixou feliz ou constrangido. Fato é que nenhum outro atleta tinha uma torcida tão entusiasmada quanto a nossa. Ele ganhou a bateria aquele dia e depois da viagem nos contou que levou o campeonato. O que, cá entre nós, já era esperado!
Que honra foi passar esses dias ao lado de um cara tão especial como o Fabinho. Ele é exemplo dentro e fora d’água. Mal acabou e já sinto saudade daqueles dias intensos de surf. Da nossa rotina e do alto astral da galera. O único defeito do camp é que ele acabou. A boa parte que virão outros. Eu sem dúvida voltei mais experiente, segura e ainda mais instigada a desbravar outros mares pelo mundo.
