Poderia ter sido o dia de Silvana Lima, pela segunda vez lá; poderia ter sido o de Tati Weston-Webb, destaque desde o primeiro dia, com escolha e leitura de onda impecáveis; poderia ter sido de Caroline Marks, a incrível rookie de apenas 16 anos que ganhou o apelido carinhoso de Carollupo pela semelhança inequívoca de seu backside com o de um certo australiano, muito afeito a Bells; mas foi, outra vez, o dia de Steph – a rainha dos dias no Women’s World Tour.
O quarto título de Steph na praia dos sinos deu a ela também a liderança do circuito. Lakey Peterson vem na segunda posição, seguida por Caroline e Carissa Moore. Tati é a quinta e Silvana, a sétima.
RECADINHO EM PORTUGUÊS PARA CONSOLAR
Silvana Lima terminou desapontada sua bateria. Não necessariamente pela derrota para Tati Weston-Webb – que, afinal, tinha a maior nota do feminino até então e era um dos destaques. Mas por não ter tido chances de dar seu melhor.
Acabou escolhendo mal as ondas e tomou prejuízo em suas negociações com as geniosas sessões de Bells, que ora engordam, ora sobem, ora aceleram e fecham. Tati acertou na seleção de ondas e na linha de surf – mais um backside muito bem encaixado por ali.
Carimbou sua vaga na final e, mesmo com a bandeirinha havaiana no ombro, mandou um recado em português fluente pra consolar nossa pátria amada.
NA SEGUNDA SEMI, um show de surf de Caroline Marks e Steph Gilmore. A rookie tinha a melhor nota mas nenhum back-up. Steph liderava e tinha prioridade quando deixou Marks pegar uma boa. A rookie não perdoou. Surfou muito bem a onda, conseguiu uma boa segunda nota.
Pareceu um erro de principiante. Virada da americana. Na sequência, sozinha no outside, Steph vê chegar a série que vinha esperando. Maior, mais bem formada. Uma primeira manobra para encaixar. E, então, um layback e uma rasgada de arrancarem suspiros. Nota nove. Erro de principante de Steph? Conta outra.
“AMARELA, É? EU ADORO AMARELO!”
Um dos momentos mais legais do surf é quando soa a buzina final da bateria e o surfista que fez a última onda fica na areia, aguardando os juízes decidirem se sua nota foi ou não suficiente para uma virada sensacional.
Tati Weston-Webb fez o que pode na final e não ficou muito surpresa quando ouviu, no pé da escada, olhando para seu namorado, Jessé Mendes, que não virou na última onda. O mar tinha piorado um pouco e não houve nenhuma sessão muito crítica em sua tentativa final, embora tenha surfado a onda até a areia.
Foi um dos destaques do campeonato e perdeu da mulher mais vitoriosa do circuito por menos de três décimos num mar complicado. E o ano está só começando. O suficiente para segurar um sorriso no rosto até o final da premiação
Steph Gilmore está mais do que acostumada a vencer etapas e ser a primeira do ranking. Ainda assim fingiu surpresa quando ouviu de Rosie Hodge que ganhava a liderança com o título em Bells.
– Como você se sente sabendo que vai usar a camisa amarela na próxima etapa, Steph?
– Amarela, é? Ah, eu adoro amarelo!
Resultados finais – Rip Curl Women’s Pro Bells Beach
FINAL:
1 – Stephanie Gilmore (AUS) 14.17
2 – Tatiana Weston-Webb (HAW) 13.94
SEMIFINAL:
1: Tatiana Weston-Webb (HAW) 13.00 def. Silvana Lima (BRA) 5.10
2: Stephanie Gilmore (AUS) 17.00 def. Caroline Marks (USA) 15.44
Ranking Women’s World Tour após duas etapas:
1 – Stephanie Gilmore (AUS) 14.745 pts
2 – Lakey Peterson (USA) 13.085 pts
3 – Caroline Marks (USA) 10.830 pts
4 – Carissa Moore (HAW) 9.490 pts
5 – Tatiana Weston-Webb (HAW) 9.190 pts
5 – Keely Andrew (AUS) 9.190 pts
7 – Silvana Lima (BRA) 9.170 pts
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Crédito da imagem de capa: Cestari/WSL