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sábado, 23 março, 2024
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A saga de um havaiano quase carioca e de um campeonato contra tudo e contra todos

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=QOW52FBtAkI]

1. JOHN JOHN FLORENCE É UM CARA MANEIRO

“Se o Jack Freestone ganhar do Medina, eu vou embora pra casa”.

Esse foi meu comentário, logo que a segunda bateria das semifinais do Rio Pro entrou na água. Sinceramente, não via a menor chance de isso acontecer e a primeira final entre os dois melhores surfistas da atualidade era mais que certa pra mim. Mas como o surfe é realmente muito imprevisível, o estreante aussie despachou o último brasileiro ainda vivo na competição e foi para a final contra o John John Florence.

Água no chopp dos milhares de brasileiros que estavam nas areias do Postinho e um anticlímax geral. Um fim que parecia melancólico, mas acabou sendo bem legal! John John Florence surfou demais e mereceu o título, seu segundo no Rio. Confesso que fiquei feliz por ele. Depois dos brasileiros, o havaiano é o primeiro a ter minha torcida.

João João é um cara maneiro e atraí positividade pra ele, mesmo tendo surfado em terras estrangeiras. Tirou foto com todo mundo, atendeu a todos da imprensa e ainda deu um show de surfe particular, mesmo quando as ondas não ajudavam. Resumindo, deu aula de simpatia e do que deve ser feito em etapas como a do Rio, onde o que mais interessa é a aproximação do público com seus ídolos.

Parabéns pelo título, John. Você merece e será campeão mundial ainda. Continue assim, que o caneco chega com mais naturalidade que você sai de um tubo em Pipeline.

2. NO RIO, SER O MELHOR DENTRO D’ÁGUA NÃO QUER DIZER NADA

Alguns (vários) Tops ainda não entenderam que existem etapas onde você precisa mostrar que você é o melhor naquelas condições e outras onde as performances são segundo plano. A do Rio está incluída nesse último grupo e, por aqui, a intenção é a interação. É “apresentar” o surfe para quem ainda não conhece, para um mercado com potencial fortíssimo. É fomentar o esporte e o mercado!

Em meados de 2016, com marcas de fora do segmento investindo pesado no surfe e nos surfistas, não é muito difícil de perceber isso, embora ainda tenhamos uma turma que prefere se colocar acima das críticas e dos fãs, se posicionando como estrelas, que não podem dar um autógrafo, uma entrevista ou nem mesmo viajar até o Brasil. Exemplo de antiprofissionalíssimo e de como não construir sua própria imagem.

Pior para eles, que acabam trazendo negatividade e torcida contra, mesmo quando jogam em casa. Ano que vem, teremos outra etapa no Brasil, muito provavelmente no Rio de Janeiro, e vocês podem ter certeza de que John John será muito bem recepcionado. Já os que preferiram ficar em suas bolhas ou surfando na Indonésia…
RJ

3. DE JANEIRO CONTINUA LINDO. E NO TOUR!

Todo mundo cansou da novela que antecedeu o Rio Pro. Ameaça de esgoto, de ondas ruins, de Zika. Fulano não vem. Ciclano não gosta. Esse será o último ano da prova no Rio. Vamos pra Grumari. Voltemos para o Postinho… Chato pra cacete!

Apesar de não termos contado com altas ondas e nem dias de sol como em 2015, o fato é que, depois que os caras e as meninas foram para a água, tivemos dias de ondas bastante razoáveis, o primeiro backflip da história, duas notas 10, assédio do público, selfies, frenesi, gritaria, festas e eventos com os surfistas. Enfim, um saldo final positivo e a impressão de que a etapa se vai de uma maneira muito melhor do que veio.

Apenas uma pequena crítica aos organizadores (ou surfistas), já que a etapa aqui no Rio tem que acontecer, é melhor aceitar que dói menos. Ficar querendo correr pra acabar logo é prejudicial pra todo mundo. Vide as performances vistas nos últimos rounds, principalmente no 5, que foi uma forçada de barra pesada!

A pergunta que fica é: por que correram pra acabar logo na quinta? Foi o temor de a corrente virar para leste e trazer o esgoto para o Postinho? Se sim, eraram feio e perderam altas ondas, sol e água limpa na sexta-feira.

Ítalo Ferreira, que terminou no Oi Rio Pro com a nona colocação, é o melhor brasileiro posicionado no ranking, em segundo lugar. Foto: WSL
Ítalo Ferreira, que terminou no Oi Rio Pro com a nona colocação, é o melhor brasileiro posicionado no ranking, em segundo lugar. Foto: WSL

4. MAIS STORM QUE BRAZILIAN

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Depois de 4 etapas, seguimos sem vitórias de brasileiros na temporada. Ano passado, a essa altura do campeonato, já tínhamos 3 triunfos e um vice. O líder do ranking era nosso e a disputa pelo maior caneco era quase que exclusiva entre os nossos.

No Brasil, apesar da 3ª colocação de Adriano de Souza e Gabriel Medina e da subida de Ítalo Ferreira para a vice-liderança do ranking geral, esperávamos mais. Eu esperava, no mínimo, uma nova Tempestade. Infelizmente, não deu.

Apesar de Gabriel Medina ter tido as melhores performances de todo o campeonato, com direito a duas notas perfeitas, e de Adriano de Souza também ter surfado muito, no último dia, John e Jack foram melhores e acabaram decidindo a prova.

Mineiro tomou o troco, com juros, de Florence, que estava com o brasileiro engasgado desde a final em Margareth River, no ano passado. Terminou em combinação.

Gabriel Medina sacou duas notas 10 no evento, e acabou barrado na semifinal. Brasileiro ocupa nona colocação no ranking da WSL. Foto: WSL
Gabriel Medina sacou duas notas 10 no evento, e acabou barrado na semifinal. Brasileiro ocupa nona colocação no ranking da WSL. Foto: WSL

Já Gabriel sentou no 9,07 que conseguiu logo em sua primeira onda e achou que a parada estava decidida. Talvez, um pouco de salto alto, por estar surfando muito mais que seu adversário. Fica a lição de que ali entre os Tops, ninguém é bobo e qualquer mole pode significar o campeonato.

De qualquer maneira, estamos bem no ano. Não como em 2014 ou 2015, mas Italote é o 2º lugar geral, e temos outros 3 entre os Top 10. Nenhuma outra nação tem tantos surfistas por ali. E pode ter certeza que tem uns 2 ou 3 nessa lista de gringos que são cavalos paraguaios e já estão voltando “ao normal”. Ainda temos 6 etapas e o bicho vai pegar!

5. OUTROS DESTAQUES

Além dos brasileiros já citados, de John John e de Jack Freestone, tivemos mais alguns destaques no campeonato. Vou falar sobre dois:

Dusty Payne, que entrou na vaga dos lesionados, sem pressão, foi um que quebrou por aqui. Por pouco não repete o feito de Seabass em Margareth River.

E teve o Miguel Pupo!!!!!! Várias exclamações pra ele!!!!! Primeira vez que ele passa do Round 3 no Rio. E no ano, também. Apesar de ter caído nas quartas, fiquei muito feliz que ele se mostrou a vontade e reencontrou seu surfe e um bom resultado.

Obrigado a todos pela participação! Mais uma cobertura foi pra conta, essa in loco! É sempre um grande prazer! Lá na página do Feice já foi anunciado os vencedores da Liga do Comenta Cako no Fantasy.

Novamente, um agradecimento especial aos meus parceiros: Brownie Do Luiz, Respeite Um Carro a Menos e Jacaré Handplanes, que estão fechados comigo desde o começo. Se depender de mim, vamos longe e até o fim juntos!

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