Foi com o coração apertado que recebemos, nessa sexta-feira, 7/10, a notícia da morte de Tiago Morya Ishiyama. Ele faleceu na última quinta-feira, 6/10, de maneira brutal, segundo informações de um post em sua conta do Instagram, @8ou80tws.
De acordo com a publicação (veja abaixo), Ishiyama foi “covardemente alvejado pelas costas, por motivo fútil, banal, no bairro de São João Clímaco, em São Paulo”.
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Artista visual, grafiteiro, desenhista gráfico, ilustrador, arte educador e diretor de arte, além de um ser humano incrível, Ishiyama foi batizado nas ruas de São Paulo como 8 ou 80.
Se manifestou em forte e grande escala pelas ruas do ABC paulista, e logo a marca desse jovem suburbano, se espalhou para os lugares mais visados e perigosos da grande São Paulo.
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Sua arte fazia junção única entre os estilos marginal e clássico acadêmico, e nutria fortes influências da cultura espiritual asiática. Segundo Ishiyama as experiências fortíssimas que vivia pelas ruas do mundo, era combustível vital do processo criativo e poético de suas obras.
Junto do grupo “Avante o coletivo”, ele trabalhou como arte educador na maior comunidade de São Paulo – a favela de Heliópolis. Lá, tocou milhares de crianças em oficinas de graffiti e hip hop.
É importante lembrar que 8 ou 80, não é somente uma assinatura ou marca espalhados pela cidade toda. Mas nome se tornou manifesto público de um ativismo popular brasileiro, que coloca em questão o forte contraste social no país onde vive, Brasil.
“Todos nós brasileiros somos obrigados a viver esse 8ou80 (tudo ou nada) constante que nos cerca, desde o favelado que vai para o centro trabalhar, ou arrumar o dinheiro pra sobreviver, até o dono de uma mansão que precisa usar um carro blindado e guarda costas para também sobreviver nessa terra cinza, território onde a diferença segrega cada dia mais nosso povo.”
Ishiyama estampou as páginas da HARDCORE #335, publicada em dezembro de 2017, com Jean Silva (RIP) na capa (veja abaixo)
O artista compôs a matéria Artroom com uma série de pinturas; na época, a equipe da Hardcore foi até Heliópolis entrevistá-lo e além de sua arte intensa, original e tocante, pode sentir o quanto ele era humilde, sangue-bom e nobre.
Nossos corações estão com seus amigos e familiares.
Descanse em paz, irmão.