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“Elas não vão conquistar nada com fotinho no Instagram”, diz Luiz Campos, o Pinga

Recentemente Luiz Campos, o Pinga, foi entrevistado pelo canal do YouTube Let’s Surf e falou sobre a Brazilian Storm; Filipe Toledo; surf feminino; a importância do preparo psicológico adequado para competidores e mais assuntos relacionados a surf e competição.

Pinga, conhecido como o homem por trás da Brazilian Storm, foi quem lapidou caras como Adriano de Souza, Italo Ferreira, Miguel Pupo, Jadson André, Caio Ibelli, entre outros, e acompanha Filipe Toledo desde 2019.

Enfim, toda vez que Pinga dá entrevista, é como uma aula sobre muitos assuntos. Em determinado momento da conversa, o entrevistador pergunta sobre a possibilidade de ter uma Brazilian Storm feminina.

Pinga responde que é preciso trabalhar bastante e pensar a médio e a longo prazo, enfatizando o trabalho duro e foco.

“Elas não vão conquistar nada com fotinho no Instagram; elas têm de trabalhar; ter humildade e foco,” diz Pinga.

Confira: 
+ Filipe Toledo voa em freesurf 
+ Entrevista Luiz Campos “Pinga” 

Sobre Filipe Toledo

“No final de 2019 começamos a trabalhar; foi um momento muito importante, ele era líder do ranking e se contundiu; perdeu o título mundial e a vaga olímpica. Ele deu uma lição muito grande pra gente e conseguiu reverter esse quadro; aprendemos muito com ele. Voltou a ficar mais sorrisos, mais confiante, mais pra cima,” comentou Pinga.

Pinga disse que trabalha muito perto do Filipe e que ele é o responsável pelas negociações dos contratos dele no Brasil. Ele diz também que tem uma relação muito próxima com o Ricardinho, ele é o capitão do time e que tudo passa por ele; que eles conversam muito.

“Na parte técnica e competitiva ele [Filipe Toledo] está muito maduro; o que fazemos mais é mostrar o que está acontecendo dentro da água; as melhores opções; com quem ele vai cair; criar estratégias; mas tudo de uma maneira muito tranquila porque o Filipe está muito maduro. Procuramos interferir quando é realmente necessário. Porque é uma novidade para ele e para mim, também, porque ele sempre foi muito próximo do pai dele e o intuito do nosso trabalho é dar continuidade a isso, procurar fazer com que ele esteja atento e concentrado; agregar a todo esse trabalho fantástico que foi feito com ele ao longo da carreira dele,” conta Pinga.

O preparador também falou sobre a evolução de Filipinho nas ondas de consequência: “Estamos tentando trabalhar esse lado, principalmente de backside,” ele diz, complementando que o calendário do Dream Tour é cruel.

“Você não tem tempo de respirar; apesar de acabar em setembro, e ter férias, você praticamente não para, né? Tem os compromissos de patrocínio, por exemplo. E os treinos no Havaí? Legal, mas lá também tem crowd. Estamos inclusive vendo possibilidades de viagens para o final do ano. Na parte técnica, estamos afinando as manobras, soltando o surf, confiando no surf, e ir para os aéreos quando tiver oportunidade.”

A entrevista foi publicada no canal Let’s Surf; assista na íntegra abaixo:

“Precisamos respeitar as crianças”

A partir de sua experiência durante o ISA Júnior, em El Salvador, nesse ano, Pinga falou sobre a importância extrema do devido acompanhamento psicológico.

“Não apenas para os atletas, mas também para os pais e treinadores. Primeiro que vemos muitos treinadores fazendo trabalhos bem rasos; não é simplesmente sobre fazer um camp, analisar a parte técnica e ir para a praia; por trás existe uma criança que está sendo desenvolvida e muita expectativa sendo colocada, principalmente por parte dos pais, que com certeza irá gerar muita frustração e uma consequente depressão. Vimos casos bem graves, e não cabe aqui citar quais são, mas são casos seríssimos de problemas psicológicos e psiquiátricos; adolescentes infelizes e frustrados porque estão com um grau de expectativa muito alto.”

Por isso Pinga prossegue dizendo o quanto é importante se avaliar, avaliar os momentos de carreira; se são os momentos ideais, com metas e objetivos alcançáveis, e principalmente lembrar que a vida da criança é a vida da criança, não é a vida do pai nem do treinador.

“Precisamos respeitar isso e entender até onde essa criança, como atleta profissional, tem condição de chegar. Será que ela realmente tem condição de chegar a esse lugar que os pais esperam? Há todo um trabalho a ser feito.”

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