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“Por quê tratar surfistas como bandidos?” Surfista que teve prancha apreendida diz que surf sofre discriminação

Adriano Colaço, 46 anos, surfa há 26 anos, mora em Recife, PE.

Está há mais de 60 dias em Maracaípe, por conta da quarentena instituída pelo governo como parte das medidas para conter a disseminação do novo coronavírus.

HC assistiu a um dos vídeos publicados por Colaço em seu Instagram, no qual um surfista é retirado da água por policiais em Porto de Galinhas.

Os policiais apreendem a prancha do surfista não identificado, basicamente o tratand0 como um criminoso.

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Fomos em busca de Colaço, de forma a entender o que é que está havendo nas areias de Pernambuco.

Confira abaixo nas palavras do próprio surfista.

“No dia 21 de abril, eu surfava na praia do Cupe, em Porto de Galinhas. Havia um decreto municipal em vigor; não podia haver circulação de pessoas na orla ou dentro da água.

PRANCHAS CONFISCADAS

Era um decreto educativo e não punitivo. Nessa ocasião, eu e alguns amigos tivemos as pranchas apreendidas com discurso de que a partir de então, seria política de tolerância zero.

Não nos deram nenhum documento para a gente assinar por levarem um bem nosso. Simplesmente tiraram fotos para nos identificar quando fôssemos resgatar nossas pranchas.

Inclusive, essas fotos foram vazadas via grupos de whatsapp; meus filhos, pais, e amigos, viram essas imagens e entraram em contato comigo para entender o que é que estava acontecendo.

Eles não tinham direito de apreender esses bens. Tanto em Maracaípe quanto em Porto de Galinhas, essa prática está sendo utilizada pela secretaria de controle urbano.

A guarda municipal tem dado apoio logístico, mas a ação de tomar a prancha é da prefeitura.

INDIGNAÇÃO COLETIVA

A nossa indignação, quanto à prática do surf, é que tudo bem quanto ao fato de ter de cumprir um decreto que não permite aglomeração.

Mas o surf é uma prática individual que acontece no mar; não existe aglomeração de pessoas, tampouco o risco de contágio para que sejamos discriminados dessa maneira.

No entanto, outras espaços, como mercados, metrô, transporte público, nas periferias, e até mesmo as areias de praia com banhistas, estão sendo negligenciados.

Quanto ao surfista, está sofrendo perseguições de guardas com arma em punho, cassetete; tendo as pranchas tomadas.

Os guardas pisam nas pranchas; estouram leashes com faca.

Estamos indignados.

Se você pratica alguma atividade, deve ser solicitada sua retirada do local.

Se você estiver correndo, seu tênis não será confiscado; se você tiver tocando algum instrumento em praça pública, seu instrumento não será confiscado; se você estiver jogando futebol, sua bola não vai ser confiscada.

SURFISTA DISCRIMINADO

Mas, por que então confiscar a prancha de surf? Qual a discriminação sobre isso? Isso é um absurdo, estão agindo com violência, e trata-se de um rigor desnecessário.

Em Recife, existe um lockdown atual para a região metropolitana.

No município de Ipojuca, não existe lockdown, e sim o decreto 667, que é educativo e serve para pedir às pessoas que se retirem do local de forma a evitar aglomeração, mas não tomar as pranchas com violência.

Indignado, postei esse vídeo que chegou até mim, de outros surfistas sofrendo discriminação na praia de Porto de Galinhas.

FALTA GESTÃO

Isso mostra falta de estrutura, gestão e profissionais por parte da prefeitura, com profissionais que não sabem o que fazer e tomam atitudes sem procedimento legal.

Se a prefeitura tivesse o direito de tomar meu bem, como prefeitura, e não como polícia, haveria protocolo para isso.

Aonde está a minha prancha? Eu vou receber essa prancha? Ela vai estar avariada? Quais garantias tenho?

Minha indignação é com essas atitudes discriminatórias à prática do surf, um esporte que só traz benefícios à saúde.”

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