O departamento de polícia de Belmar, Nova Jersey, divulgou imagens de uma câmera corporal que mostram a prisão de um surfista na praia, cujo acesso foi privatizado. O incidente ocorreu na última terça-feira, quando Liam Mahoney foi abordado por não exibir um crachá exigido para acessar a faixa de areia nas praias de Nova Jersey. A ação foi muito criticada por ter sido considerada truculenta e vídeos divulgando o ocorrido viralizaram nas redes sociais.
Agora, em um comunicado à imprensa, a chefe de polícia de Belmar, Tina Scott, defendeu as ações dos policiais envolvidos na prisão.
“Gostaria de fornecer à comunidade um contexto adicional sobre a prisão realizada na praia de Belmar na terça-feira, 20 de agosto,” escreveu Tina Scott no comunicado, publicado na página oficial da polícia no Facebook. “Assisti às imagens da câmera corporal do oficial que mostram a interação entre o oficial Braswell e o Sr. Mahoney, e os eventos que levaram à sua prisão. Durante a semana, os policiais receberam várias reclamações sobre surfistas entrando ilegalmente na praia através das dunas. Os atendentes do portão solicitaram a esses surfistas que mostrassem seus crachás de acesso, mas os pedidos foram ignorados. Nesse dia, os oficiais designados para a área da praia realizaram uma verificação dos crachás diários e sazonais.”
O vídeo começa após Mahoney já ter sido abordado pela polícia, e o áudio é ativado 15 segundos depois. Mahoney dá de ombros e tenta se afastar, momento em que o policial informa que ele não está livre para sair. Mahoney pergunta se está sendo detido, o que o oficial confirma, dizendo que ele será preso se continuar. Mahoney argumenta que não está fazendo nada de errado, pois está apenas tentando acessar a água para surfar. Em resposta, o policial pede que ele forneça seu nome e informações para uma multa, o que Mahoney se recusa a fazer. Quando Mahoney continua a caminhar em direção à saída da praia, vários policiais correm atrás dele e o confrontam novamente. Durante essa segunda abordagem, o oficial que usava a câmera corporal ordena que Mahoney largue sua prancha de surfe e, em seguida, a derruba das mãos dele.
É nesse momento que começa a parte da prisão vista no vídeo original, divulgado em reportagem aqui em Hardcore. Os policiais ordenam que Mahoney coloque as mãos para trás para ser algemado, e o agarram à força quando ele não obedece. Enquanto isso, uma mulher, que disse à NBC 4 ser irmã de Mahoney, chega e confronta os policiais, afirmando que o surfista tem, sim, o crachá de acesso. Mesmo assim, os oficiais o jogam ao chão, algemam e o prendem.
“O Sr. Mahoney foi instruído aproximadamente nove a dez vezes a colocar as mãos para trás, mas ele continuou resistindo, impedindo o oficial Braswell de algemá-lo,” continuou Scott no comunicado. “O oficial Braswell continuou a conversar com o Sr. Mahoney para tentar desescalar a situação e evitar um contato físico adicional. O Sr. Mahoney continuou a não cooperar com o oficial Braswell, que então o derrubou para controlar seus braços e colocá-lo sob prisão”, diz a chefe de polícia que continua:
“O Sr. Mahoney não foi preso por não ter o crachá de acesso à praia. Ele foi preso porque obstruiu a investigação do oficial ao se recusar a fornecer sua identificação ou informações pessoais. O Sr. Mahoney também foi informado de que não estava livre para sair e continuou a caminhar durante o encontro.”
Ela também defendeu a razão da abordagem inicial. Embora exista um conflito jurídico relativo ao direito de ir e vir, amplamente alegado pelos surfistas, para atravessar a faixa de areia para acessar a água, conhecido como “Doutrina de Confiança Pública”, que protege o direito público de acesso às águas e suas margens. A chefe de polícia, no entanto, afirmou que isso é um equívoco. Ela afirmou que os surfistas ainda estão sujeitos ao estatuto N.J.S.A. 40:61-22.20, que permite que as praias de Nova Jersey cobrem taxas pelo acesso. “A exigência de pagamento de uma taxa se aplica a todas as pessoas que não estão isentas de acordo com as exceções do Estatuto,” declarou. “Os surfistas não estão entre as exceções.”
O comunicado concluiu informando que “Uma revisão completa das circunstâncias da prisão está sendo conduzida de acordo com as diretrizes aplicáveis do Gabinete do Procurador-Geral de Nova Jersey (OAG).”
Assista ao vídeo feito pelos policiais:
