No último dia 18 de outubro, a surfista italiana Giulia Manfrini faleceu tragicamente enquanto surfava nas ondas de Beng Beng, nas Ilhas Mentawai, Indonésia. Manfrini, que era dona da agência Awave e uma figura querida na comunidade do surfe, foi atingida por um peixe-agulha (também conhecido no Brasil como “agulhão”) enquanto aguardava uma nova onda em cima de sua prancha. O impacto ocorreu no lado esquerdo de seu peito, causando um ferimento fatal.
Ao ser atingida, Giulia gritou, chamando a atenção dos surfistas próximos, que rapidamente tentaram socorrê-la. No entanto, a chegada de uma grande série de ondas dificultou o resgate. Embora tenham conseguido levá-la até a praia, ela já não apresentava sinais vitais. Um médico que fazia parte do grupo tentou reanimá-la sem sucesso, e, apesar de ser levada rapidamente para um hospital na vila de Peipei, a morte foi confirmada ao chegar.
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Alexandre Ribas, proprietário do Hidden Bay Resort Mentawai, onde Giulia estava hospedada, relatou que a situação aconteceu de forma muito rápida e que a equipe do resort fez o possível para prestar socorro imediato. “Infelizmente, foi uma fatalidade que nenhuma medida de segurança poderia evitar”, disse Ribas.
O corpo de Giulia foi transportado para Padang e, em seguida, enviado a Jakarta para repatriação à Itália. Seu namorado, Massimo, também surfista, foi o responsável por informar a família e coordenar os procedimentos legais.
Curiosamente, no dia seguinte, o brasileiro Itamar Guimarães foi atingido por outro peixe-agulha em Bali. Felizmente, ele conseguiu se proteger usando a prancha como escudo e saiu ileso do incidente.
Peixe-agulha: comportamento e riscos
Conhecido no Brasil como “agulhão” ou “peixe-agulha”, a espécie é abundante no litoral brasileiro. Trata-se de um peixe de corpo alongado e focinho afilado, que habita águas tropicais e subtropicais, frequentemente próximo à superfície. Essa espécie é veloz e pode saltar fora d’água em busca de presas, como pequenos peixes e crustáceos. Apesar de não ser agressivo, seu comportamento pode gerar acidentes graves ao se chocar com humanos, especialmente durante saltos – exatamente como ocorreu com a surfista italiana.
Casos fatais envolvendo peixes como o agulhão são muito raros, mas perfurações em órgãos vitais podem ser letais. Em 2020, também na Indonésia, um menino que pescava com um amigo foi atingido por um peixe-agulhão que saltou da água e ficou cravado no seu pescoço. O incidente ocorreu próximo na região de Celebes, na Grandes Ilhas da Sonda, região sudeste do país. O menino foi levado ao Hospital Wahidin Sudirohusodo, onde passou por uma cirurgia de uma hora para remover o que restava do peixe.
No Brasil, embora sejam mais comuns relatos de acidentes por outros peixes, como arraias e bagres, nunca foi registrado um caso envolvendo pessoas e o agulhão.