As águas-vivas vêm ao litoral brasileiro em busca das águas mornas de nosso verão. Fique atento às dicas que podem ajudar caso você seja queimado por uma dessas “gelatinas”.
O verão brasileiro atrai uma grande quantidade de pessoas para nossas praias para desfrutar das benesses da estação.
No reino animal isso não é diferente, e é também atrás do clima de acasalamento que as águas-vivas, principalmente as caravelas, migram das Malvinas (Atlântico Sul) para se reproduzir em águas mornas brasileiras (do Rio Grande do Sul a Pernambuco). Quase nenhuma praia escapa da invasão desses invertebrados marinhos e quando o clima esquenta, é comum se queimar ao entrar em contato com um deles.
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Vidal Haddad Jr., professor de dermatologia da Unesp, explica que a incidência de águas-vivas varia de acordo com a região. Só a região Sudeste contabiliza 80% dos acidentes: “Na maioria das vezes são provocados por uma pequena água-viva chamada ‘reloginho’ e não há grandes consequências.
Os acidentes mais graves são causados por caravelas e cubomedusas (corpo quadrado)”. Ao entrar em contato com uma dessas “gelatinas”, a forte ardência nos leva a crer que fomos queimados, porém, o que acontece é um envenenamento ocasionado pelos tentáculos.
“As águas-vivas têm células de defesa que descarregam veneno e proteínas alergênicas na pele da vítima. O envenenamento causa dor intensa instantânea e inflamação no local”, explica o dermatologista.
O senso comum diz para urinar na região “queimada”, porém, essa prática é desaconselhada devido à possibilidade de infecção.
“Compressas de água do mar gelada e vinagre são medidas simples, baratas, fáceis de aplicar e efetivas, especialmente para acidentes de média gravidade”, conta Haddad. O professor diz que em casos mais graves, que podem ocasionar falta de ar, dor insuportável e arritmias cardíacas, é importante buscar um tratamento hospitalar.
Ainda de acordo com Haddad, jogar água doce no local é um grande erro, porque assim são disparadas as células venosas.
Foi pego pela água-viva? Saiba como se virar nesse perrengue (e o que não fazer):
01. Para aliviar a dor, faça compressas de vinagre, que diminuem o envenenamento, e de água do mar gelada, que funciona como anestésico.
02. Técnicas alternativas, como urinar, jogar Coca-Cola ou passar areia no local não funcionam e ainda podem infeccionar a região.
03. Nunca jogue água doce no local inflamado, isso apenas iria disparar mais células venenosas e aumentar a dor.
04. Evite manipular águas-vivas que aparentemente estão “mortas” na areia, pois o veneno de seus tentáculos pode ainda estar ativo. A orientação é enterrá-las com cuidado em algum canto isolado, pois alguma pessoa pode acidentalmente pisar em cima delas e se ferir.
05. Perfumes e exposição solar intensa na área lesionada devem ser evitados até que a lesão sare
*Texto: Rafael Thomé