No último domingo, 17 de novembro, os atletas Monique Oliveira, tetracampeã brasileira de parasurf, e Davi Teixeira, tricampeão mundial de parasurf, entregaram uma carta ao primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, solicitando apoio à inclusão do parasurf nos Jogos Paralímpicos de Brisbane 2032.
O encontro ocorreu durante a missa dominical na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, organizado pelo Núcleo Esporte e Fé do Santuário Cristo Redentor e pela Cátedra Guido Schäffer da PUC Rio, como parte da visita de Albanese ao Brasil para o G20.
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Na carta, os atletas destacam os valores compartilhados entre Brasil e Austrália, como igualdade e solidariedade, e ressaltam o impacto positivo que a inclusão do parasurf teria para atletas com deficiência em todo o mundo. Ambos os países figuram entre os cinco melhores do ranking mundial de parasurf e demonstram forte compromisso com o desenvolvimento da modalidade.
ATLETAS DESTACAM EMOÇÃO E ESPERANÇA
Davi Teixeira, conhecido como Davizinho Radical, comentou sobre o encontro:
“Eu e Monique Oliveira somos da CBSurf e gostaríamos de agradecer a essa confederação maravilhosa pelo apoio. Tivemos um encontro incrível com o primeiro-ministro da Austrália no Cristo Redentor. Conversamos bastante sobre a importância de incluir o surfe adaptado nas Paralimpíadas de 2032 na Austrália e entregamos uma carta para ele. Foi muito legal, muito épico o encontro e vai ficar guardado na nossa história. Então, bora, CBSurf! Pra cima deles! Vamos ganhar tudo e a Tempestade Brasileira vai mostrar pra que veio. Tamo junto!”
Monique Oliveira reforçou a importância da torcida e da esperança:
“Vamos lá, galera! Vamos torcer firme! Rumo às Paralimpíadas. Valeu!”
LEIA A CARTA ENTREGUE NA ÍNTEGRA
17 de novembro de 2024
Hon. Anthony Albanese MP
Primeiro-Ministro da Austrália
Entregue em mãos
Caro Primeiro-Ministro Albanese,
Estendendo nossas sinceras congratulações pelo seu trabalho como Primeiro-Ministro, representando a comunidade do surfe, nós, Monique Oliveira e Davi Teixeira, buscamos seu apoio para encorajar o Comitê Organizador de Brisbane 2032 a propor o Parasurfing para inclusão nos Jogos Paralímpicos.
Seu compromisso em promover uma nação onde ninguém fica para trás e ninguém é deixado para trás inspira esperança para australianos e pessoas de todo o mundo. Reafirma nossa missão coletiva de criar uma sociedade mais justa e inclusiva.
Brasil e Austrália compartilham uma forte parceria, colaborando em áreas importantes como comércio, educação, preservação ambiental e direitos humanos. As conexões entre os povos também prosperam, com brasileiros sendo o maior grupo de migrantes latino-americanos na Austrália.
O Parasurfing está crescendo em ambos os países, abrangendo desde a participação comunitária e de base, eventos competitivos e a formação de atletas de elite. Fortalecendo a cooperação entre nossas nações no Parasurfing, podemos amplificar o impacto positivo deste esporte em diversas comunidades em todo o mundo.
Surfing Australia e a Confederação Brasileira de Surf demonstram um compromisso claro e inabalável com o avanço do Parasurfing. Não é coincidência que ambos os países estejam entre os cinco melhores no Parasurfing mundial.
Incluir o Parasurfing nos Jogos Paralímpicos de Brisbane 2032 criará oportunidades para australianos e brasileiros com deficiência brilharem no esporte, tanto local quanto internacional.
Portanto, pedimos gentilmente seu apoio a esta causa importante, que está alinhada com nossos valores compartilhados de inclusão e excelência.
Atenciosamente,
Monique Oliveira
Campeã Brasileira de Parasurfing
Davi Teixeira
Campeão Mundial de Parasurfing
A inclusão do parasurf nos Jogos Paralímpicos não é apenas um sonho, mas uma necessidade para fortalecer a modalidade, que já enfrenta desafios significativos. Com a não-inclusão do parasurf nas Paraolimpíadas de Los Angeles 2028, houve um impacto direto na verba destinada à modalidade, o que dificultou, por exemplo, a participação plena da delegação brasileira no Mundial da ISA de 2024 em Huntington Beach, Califórnia, Estados Unidos. Apesar dessas dificuldades financeiras, os atletas demonstraram resiliência, competindo em alto nível e levando a força do parasurf brasileiro para o cenário internacional.
Fonte: CBSurf