Ao menos um paraíso do surf está preservado. Após oito anos de luta, surfistas das Maldivas garantiram proteção a duas das melhores ondas do país.
Em 2012 foi anunciado que uma empresa estrangeira, chamada Telos Investments, pagou US$ 5 milhões pelo aluguel da Ilha Thanburudhoo no Atol de Kaafu.
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Pelo contrato, a Telos Investments obteve acesso exclusivo por terra a duas ondas localizadas no extremo sul do atol: Honkys e Sultans.
Contudo, nos três anos seguintes, rumores de que a empresa planejava construir mega resorts na região, causaram grande apreensão à comunidade local.
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Dessa forma, um grande onda de protestos levou o então presidente das Maldivas, Abdulla Gayoom , em 2015, a suspender as atividades Telos.
No entanto, nos cinco anos seguintes, uma nuvem de incerteza pairou sobre Thanburudhoo e muitos especulavam se o paraíso do surf corria perigo.
Enquanto os investimentos estrangeiros turbinavam o desenvolvimento em outras partes da cadeia de ilhas, os surfistas locais acompanham com apreensão o que aconteceria em Thanburudhoo.
Felizmente, na quinta-feira passada, eles acordaram com ótimas notícias: o presidente Ibrahim Mohamed Solih anunciou que a Ilha recebera o status de área protegida.
O anúncio não exime Thanburudhoo de receber intervenções, todavia, a partir de agora, projetos executados por lá precisam atender a diretrizes ambientais mais rigorosas.
Outro ponto muito comemorado foi a confirmação de que os locais passarão a ter acesso às ondas de Honkys e Sultans.
“As Maldivas têm centenas de ondas, mas a verdade é que os locais só conseguem surfar cerca de quatro ou cinco”, disse o ativista Ahmed Aznil, um dos articuladores do movimento.
O governo das Maldivas já declarou 24 locais em sete atóis como áreas de preservação. Eles planejam designar pelo menos uma ilha, um recife e um mangue em cada atol como área protegida.